sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O MUNDO DOS SENTIMENTOS (PARTE II): O que fazer para aceitar e expressar de maneira sadia nossas emoções?

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         Na primeira parte deste artigo, vimos como é extremamente prejudicial reprimir os sentimentos, pois fazendo isso, eles acumulam-se em nosso interior e depois “explodem” em alguma situação, fugindo de nosso controle. O que fazer então para aceitar estas emoções de nosso interior?
         A resposta para essa pergunta está no auto-conhecimento, que é, antes de tudo, o reconhecimento dos próprios sentimentos. Por exemplo: Em um momento onde estamos com as emoções a flor da pele, ou sentindo algo que não dá para ignorar, ao invés de reprimirmos ou “demonizarmos” estes sentimentos, devemos nos fazer as seguintes perguntas: “O que estou sentindo neste momento? De onde vem meu sentimento? Por que estou me sentindo assim? O que é importante para mim?”. Dessa maneira, vamos entrando em contato com o mundo das nossas emoções, que muitas vezes é desconhecido. Esta é uma forma de se auto-conhecer.
         Entretanto, fazer esse encontro consigo mesmo e com o mundo das emoções não é tarefa fácil, mas é caminho obrigatório para aprendermos a expressar nossos sentimentos de maneira sadia. Devido a isso, a primeira coisa que devemos fazer é aceitar nossas emoções. Nesse sentido, Carl Jung, em sua obra Relações entre a Psicoterapia e a Direção Espiritual”, ressalta: “Não podemos mudar seja o que for, a menos que o aceitemos”. Logo, este autor vem nos mostrar que só poderemos mudar a relação com nossos sentimentos se os aceitarmos. Aceitá-los significa ter em mente que nossas emoções não são nem boas nem ruins, nem certas e nem erradas, elas simplesmente existem. A maior parte das pessoas tende a julgar seus próprios sentimentos, como se alguns fossem bons e outros maus, devido a isso, elas acabam por ter medo ou vergonha de experimentá-los. Mas é importante saber que todo e qualquer sentimento, se brota dentro de nós, é apenas uma parte natural de nossa própria constituição humana. Dessa forma, devemos sempre nos permitir senti-los, experiênciá-los e reconhecê-los como algo que faz parte de nossas estruturas.
         Todavia, em nosso cotidiano, percebemos que muita gente tem receio de fazer isso, pois acreditam erroneamente que ao dar espaço para a aceitação dos sentimentos, eles dominarão o seu agir. Desse modo, essas pessoas temem que, se deixarem os sentimentos virem à tona, elas acabarão por agir de acordo com tais emoções. Muitas vezes pensamos que se sentirmos raiva, e aceitarmos este sentimento, vamos agredir a qualquer um que aparecer em nossa frente. Mas será que isso ocorrerá mesmo?
         William Shakespeare, em “O Menestrel”, responde a esta pergunta quando afirma que “quando estamos com raiva, temos o direito de estar com raiva, mas isso não nos dá o direito de sermos cruéis”. Nossas ações são o resultado de uma escolha que nós mesmos fazemos. Nesse sentido, podemos ou não agir de acordo com nossos sentimentos, isso dependerá de nossa escolha. Nossas emoções não determinam nossas ações.
         Por isso, é muito importante para nós fazermos sempre este contato com o nosso mundo emocional, visto que só podemos nos conhecer e relacionarmos de maneira madura com a nossa própria pessoa quando somos capazes de escutar e identificar aquilo que sentimos; quando somos capazes de aceitar nossos sentimentos em sua totalidade, sabendo expressá-los livremente a mim mesmo e às outras pessoas. E você... como está se relacionando com o seu mundo emocional? Você o reprime ou o aceita? Quando você se fizer estas perguntas, lembre-se sempre das palavras de Jung: “Sua visão se tornará clara somente quando você olhar para dentro do seu coração. Quem olha para fora, sonha. Mas quem olha para dentro, desperta”. Pense sobre isso.

                                                                      Autor: Arnin Braga

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