
Não sou contra a liberdade,
e nem a favor de um chamado socialismo comunista onde todos teriam os mesmos
direitos, as mesmas escolhas, mas não me conforme em ver a sociedade
valorizando coisas irreais e desvalorizando, por exemplo, a cultura. Percebemos
o quanto o brasileiro valoriza o futebol, dá a vida pelo time de coração e se
alguém o retruca é sinal de briga na certa, quantos desses defendem seus
coirmãos miseráveis que mendigam nas ruas por um pão? Quantos desses se preocupam com seu
lado espiritual? Quantos desses gastam o dinheiro do ingresso em um bom livro
para ajudar o seu paladar intelectual? A realidade não é outra: são poucos.
Está chegando o carnaval, e
muitos gastam aquilo que não tem em festas, bebidas, sexo e muitas outras
coisas, e passam o resto do mês ou até mesmo o ano mendigando o pão, o remédio,
o transporte e até mesmo nas bebedeiras. Muitos dizem que isso é cultura,
folclore mais será verdade isso? O que será mesmo uma cultura, exercida por um povo?
Quem sabe dar esta resposta.
Será que estamos perdendo nossa identidade? Ou será que
nunca tivemos uma? Não precisamos de seres moralizantes, mesquinhos que queiram
impor um forma de viver, mas precisamos de pessoas com um mínimo de consciência
possível sobre a sua realidade, sobre o seu meio político, sobre o seu meio
social, temos isso? Acredito que muito pouco, quando vejo alguém lendo um
jornal raramente esta na pagina de economia, educação, em uma situação dessas o
que vemos é a pagina policial e o esporte esse ultimo com toda a certeza o mais
lido.
Quando digo isso não estou querendo afirmar que não
devemos ter um meio de lazer, uma tranqüilidade pessoal, mas quando isso se
torna o essencial, o principal objetivo decaímos em uma realidade fora do mundo
critico baseada apenas no senso comum, precisamos mudar essa realidade. Antes que seja tarde demais. Pense
sobre isso.
Autor: Douglas Blanco
É Douglas, por essas e por outras que me sinto cada dia mais um estranho fora do ninho... Gostei do texto, a ponto de levantar uma questão a debate: não seria essa "realidade" fruto de uma crise de identidade coletiva?...
ResponderExcluirPois é Donizete, acredito que as junções individuais monopolizaram o coletivo, ou seja, o povo esta acostumado a repetir o que os outros fazem, trocando em miúdos, "Maria Vai com as outras", por exemplo o Neymar antes de seus 3 milhões mensais era quem? um magrelo, feio que não era visto por ninguém, acredito que precisamos derrubar os ídolos como já afirmava Nietzsche. O que você acha?
ResponderExcluirde fato, Nietzsche é muito importante para análise de uma sociedade de rebanho como a que temos hoje em dia. Tão temível quanto essa atitude é a dos que a manipulam, talvez aí esteja a dica platônica do filósofo que, saindo da caverna, tem a incumbência de alertar os demais para que se voltem para a realidade, e saiam do mundo das sombras... quem sabe não seria essa a função da filosofia nos dias de hoje?
ResponderExcluirConcordo plenamente que o papel do filósofo é justamente abrir os olhos da razão há aqueles que não aceitam a realidade, só que este rebano ao qual Nietzsche correlacionou não é nada perto do qual vivemos hoje, este é um rebanho forçado, mesquinho, interesseiro muito maior do que podemos enxergar. Mas temos este papel, saímos da caverna, pelo menos alguns.
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