quinta-feira, 17 de novembro de 2011

PORTA FIDEI – A PORTA DA FÉ

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          No dia 11 de outubro deste ano, o Papa Bento XVI anunciou o Ano da Fé que acontecerá na Igreja de 11 de outubro de 2012 (Cinqüentenário da abertura do Concílio Vaticano II) a 24 de novembro de 2013 (Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo). Este Ano tem como objetivo ilustrar a todos os fiéis a força e a beleza da fé.
            Tendo em vista que vivemos em um tempo marcado por diversas ideologias que confundem a todos os crentes, o Papa nos convida a fazer uma particular redescoberta da fé. Segundo o Pontífice, a Porta da Fé que nos introduz na vida e comunhão com Deus, sempre está aberta para nós. Por isso, esse convite a redescobrir o caminho da fé - para fazer brilhar a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo.
            A Igreja vê a urgente necessidade de incitar os cristãos a colocar-se a caminho para uma nova evangelização do mundo, ou seja, para testemunhar Jesus Cristo nos lugares da vida, do trabalho, do convívio, do estudo. É necessário que os cristãos sintam maior preocupação com as conseqüências sociais, culturais e políticas da fé. Isso tendo em vista as profundas crises que nos atingem atualmente. Nesse sentido, faz-se sempre necessário sentir de novo a necessidade de ir como a Samaritana ao poço para ouvir Jesus que convida a crer n’Ele e a beber da fonte donde jorra água viva (Jo 4,14).
            Devemos readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus e do Pão da vida, afirma o Santo Padre. Por isso, crer em Jesus Cristo é o caminho para se chegar definitivamente à salvação. Tendo em vista a grande graça que beneficiou a Igreja no século XX com o Concílio Vaticano II, nele se encontra uma grande força para a renovação sempre necessária da Igreja. Essa renovação, entretanto, só se dará pelo testemunho prestado pela vida dos crentes, diz Bento XVI. Assim, o Ano da Fé é um compromisso que todos nós, cristãos, devemos assumir para reavivar a chama da fé de cada um, de nossas comunidades, e das pessoas que estão afastadas de Deus, da Igreja; os que sofrem, os que abandoaram a fé católica, os que não crêem. É reacender no mundo a luz da beleza de crer em Deus feito Homem, pela graça do Espírito Santo, em Jesus Cristo que veio morar entre nós.
            Nessa perspectiva o Ano da Fé é um convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor. É viver em Deus a vida nova segundo a novidade radical da ressurreição. Testemunhar com a vida e a palavra a fé que herdamos dos Apóstolos. É o Cristo mesmo que nos impele à evangelização. É ele que nos anima a redescobrir de novo a alegria de crer e reencontrar entusiasmo de comunicar a fé na descoberta diária do seu amor. É um convite do Senhor a aderir à sua Palavra a fim de nos tornarmos seus discípulos. Sendo assim, “só acreditando é que a fé cresce e se revigora; não há outra possibilidade de adquirir certeza sobre a própria vida, senão abandonar-se progressivamente nas mãos de um amor que se experimenta cada vez maior porque tem a sua origem em Deus” (Bento XVI, Porta Fidei, n. 7).
O Ano da Fé é uma oportunidade de confessar a fé no Ressuscitado nas nossas igrejas, famílias, casas, trabalho e conhecê-la melhor transmitindo-a às gerações futuras. Mostrar para cada um que professar a fé com a boca indica um testemunho e um compromisso públicos. É decidir estar com o Senhor para viver com Ele. É assumir a responsabilidade daquilo que se acredita. É entender a fé na sua dimensão pessoal e comunitária. É encontrar-se com uma Pessoa que vive na Igreja e, por isso, não se intimidar a dar razão da própria fé, a colocar-se em meio aos debates e questionamentos, afinal “a Igreja nunca teve medo de mostrar que não é possível haver qualquer conflito entre fé e ciência autêntica, porque ambas, embora por caminhos diferentes, tendem para a verdade” (Bento XVI, Porta Fidei, n. 12).
            Assim, neste Ano manteremos o olhar fixo em Jesus. N’Ele, morto e ressuscitado para a nossa salvação, encontraremos luz para que esse Ano da Fé seja a experiência pessoal e comunitária de redescobrir a fé como testemunho da caridade, porque, como afirma o Papa (Porta Fidei, n. 14), “A fé sem a caridade não dá fruto, e a caridade sem a fé seria um sentimento constantemente à mercê da dúvida”.Esta fé é a fé que marcou os dois mil anos da história de salvação. É a fé pela qual Maria acolheu a palavra do Anjo e acreditou no anúncio que seria a Mãe de Deus. É a fé pela qual os Apóstolos deixaram tudo para seguir o Mestre. É a fé pela qual os discípulos formaram a primeira comunidade reunida em torno dos ensinamentos dos Apóstolos. É a fé pela qual os mártires deram sua vida para testemunhar a verdade do Evangelho que os transformara. É a fé pela qual homens e mulheres consagraram sua vida a Cristo. É a fé pela qual homens e mulheres de todas as idades confessaram a beleza de seguir o Senhor Jesus nos lugares onde eram chamados a testemunhar seu ser cristão. É a fé pela qual vivemos nós hoje, fé que nos faz reconhecer Jesus vivo e presente na nossa vida e história. Que o Ano da Fé seja um vigoroso tempo de encontro com o Senhor e de ardoroso empenho no testemunho e anúncio do seu Reino.

*Texto elaborado segundo a CARTA APOSTÓLICA SOB FORMA DE MOTU PRÓPRIO PORTA FIDEI DO SUMO PONTÍFICE BENTO XVI COM A QUAL SE PROCLAMA O ANO DA FÉ

                                                                   Autor: Eduardo Moreira Guimarães
                                                                        edumguimaraes.blogspot.com

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