No dia 11 de outubro deste ano, o
Papa Bento XVI anunciou o Ano da Fé
que acontecerá na Igreja de 11 de outubro de 2012 (Cinqüentenário da abertura
do Concílio Vaticano II) a 24 de novembro de 2013 (Solenidade de Nosso Senhor
Jesus Cristo, Rei do Universo). Este Ano tem como objetivo ilustrar a todos os
fiéis a força e a beleza da fé.
Tendo
em vista que vivemos em um tempo marcado por diversas ideologias que confundem
a todos os crentes, o Papa nos convida a fazer uma particular redescoberta da
fé. Segundo o Pontífice, a Porta da Fé que nos introduz na vida e comunhão com
Deus, sempre está aberta para nós. Por isso, esse convite a redescobrir o
caminho da fé - para fazer brilhar a alegria e o renovado entusiasmo do
encontro com Cristo.
A
Igreja vê a urgente necessidade de incitar os cristãos a colocar-se a caminho
para uma nova evangelização do mundo, ou seja, para testemunhar Jesus Cristo
nos lugares da vida, do trabalho, do convívio, do estudo. É necessário que os
cristãos sintam maior preocupação com as conseqüências sociais, culturais e
políticas da fé. Isso tendo em vista as profundas crises que nos atingem
atualmente. Nesse sentido, faz-se sempre necessário sentir de novo a
necessidade de ir como a Samaritana ao poço para ouvir Jesus que convida a crer
n’Ele e a beber da fonte donde jorra água viva (Jo 4,14).
Devemos
readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus e do Pão da vida,
afirma o Santo Padre. Por isso, crer em Jesus Cristo é o caminho para se chegar
definitivamente à salvação. Tendo em vista a grande graça que beneficiou a
Igreja no século XX com o Concílio Vaticano II, nele se encontra uma grande
força para a renovação sempre necessária da Igreja. Essa renovação, entretanto,
só se dará pelo testemunho prestado pela vida dos crentes, diz Bento XVI.
Assim, o Ano da Fé é um compromisso
que todos nós, cristãos, devemos assumir para reavivar a chama da fé de cada
um, de nossas comunidades, e das pessoas que estão afastadas de Deus, da
Igreja; os que sofrem, os que abandoaram a fé católica, os que não crêem. É
reacender no mundo a luz da beleza de crer em Deus feito Homem, pela graça do
Espírito Santo, em Jesus
Cristo que veio morar entre nós.
Nessa
perspectiva o Ano da Fé é um convite
para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor. É viver em Deus a vida nova
segundo a novidade radical da ressurreição. Testemunhar com a vida e a palavra
a fé que herdamos dos Apóstolos. É o Cristo mesmo que nos impele à
evangelização. É ele que nos anima a redescobrir de novo a alegria de crer e
reencontrar entusiasmo de comunicar a fé na descoberta diária do seu amor. É um
convite do Senhor a aderir à sua Palavra a fim de nos tornarmos seus
discípulos. Sendo assim, “só acreditando
é que a fé cresce e se revigora; não há outra possibilidade de adquirir certeza
sobre a própria vida, senão abandonar-se progressivamente nas mãos de um amor
que se experimenta cada vez maior porque tem a sua origem em Deus” (Bento
XVI, Porta Fidei, n. 7).
O
Ano da Fé é uma oportunidade de
confessar a fé no Ressuscitado nas nossas igrejas, famílias, casas, trabalho e
conhecê-la melhor transmitindo-a às gerações futuras. Mostrar para cada um que
professar a fé com a boca indica um testemunho e um compromisso públicos. É
decidir estar com o Senhor para viver com Ele. É assumir a responsabilidade
daquilo que se acredita. É entender a fé na sua dimensão pessoal e comunitária.
É encontrar-se com uma Pessoa que vive na Igreja e, por isso, não se intimidar
a dar razão da própria fé, a colocar-se em meio aos debates e questionamentos,
afinal “a Igreja nunca teve medo de
mostrar que não é possível haver qualquer conflito entre fé e ciência
autêntica, porque ambas, embora por caminhos diferentes, tendem para a verdade”
(Bento XVI, Porta Fidei, n. 12).
Assim,
neste Ano manteremos o olhar fixo em Jesus. N ’Ele, morto e ressuscitado para a nossa
salvação, encontraremos luz para que esse Ano
da Fé seja a experiência pessoal e comunitária de redescobrir a fé como
testemunho da caridade, porque, como afirma o Papa (Porta Fidei, n. 14), “A fé sem a caridade não dá fruto, e a
caridade sem a fé seria um sentimento constantemente à mercê da dúvida”.Esta
fé é a fé que marcou os dois mil anos da história de salvação. É a fé pela qual
Maria acolheu a palavra do Anjo e acreditou no anúncio que seria a Mãe de Deus.
É a fé pela qual os Apóstolos deixaram tudo para seguir o Mestre. É a fé pela
qual os discípulos formaram a primeira comunidade reunida em torno dos ensinamentos
dos Apóstolos. É a fé pela qual os mártires deram sua vida para testemunhar a
verdade do Evangelho que os transformara. É a fé pela qual homens e mulheres
consagraram sua vida a Cristo. É a fé pela qual homens e mulheres de todas as
idades confessaram a beleza de seguir o Senhor Jesus nos lugares onde eram
chamados a testemunhar seu ser cristão. É a fé pela qual vivemos nós hoje, fé
que nos faz reconhecer Jesus vivo e presente na nossa vida e história. Que o Ano da Fé seja um vigoroso tempo de
encontro com o Senhor e de ardoroso empenho no testemunho e anúncio do seu
Reino.
*Texto elaborado segundo a CARTA
APOSTÓLICA SOB FORMA DE MOTU PRÓPRIO PORTA
FIDEI DO SUMO PONTÍFICE BENTO XVI COM A QUAL SE PROCLAMA O ANO DA FÉ.
Autor: Eduardo Moreira
Guimarães
edumguimaraes.blogspot.com
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