Na juventude é o momento certo de fazermos
planos, desvendar novos horizontes, conhecer novas ideias, fazer novos amigos e
principalmente fortalecer nossos valores e princípios. A juventude nos
proporciona sonhos, anseios e utopias que dependendo do empenho de cada um,
pode ou não se transformar em
realidade. Faz parte das nossas características juvenil, esse
desejo de transformação da nossa realidade. Mas o mais importante na juventude
é o poder que temos de tomar decisões e este não podemos abrir mão em hipótese
alguma.
Ultimamente temos acompanhado as jovens
(não somente eles) indo para as ruas, protestando, reivindicando e querendo
garantir aquilo que é de direito. Um passo importante na história do nosso país,
afinal, não exite democracia sem oposição. Não podemos permitir que ninguém nos
roube o direito de acreditar que o amanhã será melhor.
Somos jovens, temos vozes e direito de
expressão, ainda que teoricamente, no entanto, nem sempre somos prestigiados,
raramente temos a devida atenção, quando na verdade, deveríamos ter voz ativa,
pois o futuro da nação depende de nós.
A sociedade vive um momento crítico,
chegamos a um ponto lamentável onde a corrupção faz parte da nossa realidade
como se fosse algo “normal”. Este “câncer” está se alastrando Brasil a fora, e
não podemos deixar que essa praga continue assolando nossa pátria. Temos uma
responsabilidade imensa que é garantir aos nossos sucessores uma sociedade onde
ainda seja possível viver e não sobreviver, mas é preciso que nos tornemos
cidadãos, não aquele que vive na sociedade, como alguns costumam conceituar o
cidadão: “cidadão é aquele que vive na sociedade”. É lamentável. Viver na
sociedade não é a única condição para sermos cidadãos, aliás, não consigo imaginar
um cidadão fora da sociedade, mas também desconheço essa sociedade onde todos
que a compõem têm consciência do que é ser cidadão. Não basta está na
sociedade, é preciso consciência de ser cidadão e não permitir que uma minoria
escolha o que é melhor para a sociedade.
Não podemos formar cidadãos sem um processo
responsável de educação e conscientização. Fico muito feliz em saber que 78%
dos jovens que foram às ruas têm ensino superior. Isso ressalta aquilo que
nossos professores incansavelmente falaram e que hoje nós falamos nas salas de
aula: não existem mudanças sem educação. Toda e qualquer mudança começa pelo
processo educacional.
Mas esse processo educacional também
precisa ser transformado, uma vez que a educação no Brasil é tratada como
mercadoria e não como direito de todo e qualquer cidadão brasileiro.
A grande verdade é que a educação
conscientizada nunca foi prioridade no Brasil, pois sabemos muito bem que a
educação quebra a cortina de fumaça que venda ou tenta vendar nossos olhos. Por
isso que a filosofia é tão desprestigiada por muitos e idolatrada pela minoria.
No entanto, é com essa minoria que vamos incomodar os grandes “sábios” que
decidem o que é melhor para nossa sociedade. Chega de pseudoeducação, chega de
corrupção, chega de discurso vazio, chega de políticas públicas voltadas para
alienação do povo brasileiro, chega de manipulações.
Queremos mais educação, mais saúde, mais
segurança, mas lazer e não somente “política do pão e do circo”. Queremos ser
cidadãos também, no momento das aprovações de políticas públicas que visam o
bem comum.
O Brasil acordou, o povo percebeu o tamanho
do poder que temos, a juventude reassumiu seu poder de decisão e está
transformando em lutas seus desejos e anseios. Vamos lutar, vamos reivindicar o
que é nosso, afinal, um jovem que não questiona não é jovem.
Professor
Adenilton Cunha.