segunda-feira, 24 de outubro de 2011

As perdas e o sentimento de inutilidade na velhice

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O desenvolvimento humano é algo muito presente na vida de todas as pessoas, sabemos que este é um processo ao qual iremos passar ao menos que a morte cancele este processo, mas de todos os desenvolvimentos o que mais vem preocupando é o sentimento de velhice, a sociedade simplesmente descartou esta etapa, tratando-a com desprezo e também com uma certa forma descartável. “O novo tem espaço na sociedade, e o velho não?” é a pergunta que fazemos.
Este nosso estudo busca entender os aspectos psicológicos da terceira idade que vai dos 60 anos até a morte, temos que ter em mente que enquanto houver vida há o desenvolvimento, ele é um processo frequente na vida de todos nós, embora esta idade é marcado por perdas e também um sentimento de desprezo, ao qual nós iremos nos focar.
Os autores Oliveira, Rego e Aquino entendem o desenvolvimento humano não como um processo linear em direção ao ápice, mas sim como um processo que inclui simultaneamente avanços e retrocessos, ganhos e perdas, descontinuidades e rupturas. Dentro desta perspectiva, a velhice não é sinônimo de decadência, mas sim uma etapa em que, como as anteriores, é possível lidar com as dificuldades,  aprender,  ter crescimento pessoal  e  preservar o caráter dinâmico da subjetividade, até o final da vida.
A questão psicossocial é a mais complexa, pois, a sociedade tende a deixar de lado aquilo que perde certa utilidade, nessa idade o idoso esta mais tendencioso ao ócio, os movimentos já não correspondem mais como antes e por isso a sociedade faz o processo de descarte dessas pessoas.
A velhice é a fase do desenvolvimento marcada por uma serie de perdas, mortes seja elas concretas ou simbólicas estas perdas são significativas, o que precisamos compreender é que estas perdas gera além da dor o aprendizado e também o crescimento pessoal. A experiência adquirida por essas pessoas ao longo da vida, teria ao menos que exercer um papel significativo em nossa sociedade, pois só existe o novo porque existiu e existe um velho.
As perdas ao qual entendemos não são apenas a morte, ou a chegada desta na vida destas pessoas, as alterações no corpo tornam essas pessoas mais sensíveis e muito mais vulneráveis, outros fatores que contribuem para as perdas é as questões fisiológicas e funcionais, o organismo não é mais o mesmo, por isso pode ocorrer na mente do idoso certo complexo que tem que ser trabalhado de forma que este idoso aceite este processo como um forma também natural, ganha-se muito mas também perde-se muito. Outro fator preponderante para isso é a questão financeira, a instabilidade ocorrido pela aposentadoria, torna o idoso dependente de outras pessoas, o salario mal da pra pagar os remédios causando também frustrações no indivíduo.
Dentre todas estas o isolamento social é o pior, analisando as pessoas que conhecem, quantas pessoas vocês já viram trabalhando em uma empresa publica ou privada após os sessenta anos de idade? É raro. Até mesmo pelas perdas que tratamos acima, muito embora isto represente um descaso ou até mesmo um preconceito gerado pela nossa sociedade. O idoso perde o seu papel na sociedade, é encarado e visto como um peso e não mais como uma possibilidade de conhecimentos e experiências que ele tem a passar aos mais jovens.
Depois da morte, outra certeza que temos é a velhice, pensamos nas possibilidades de ser descartados? De não sermos vistos? Ou até mesmo ouvidos? Não acredito que a sociedade precise de conscientização, mas sim de encarar a realidade, as mesmas perdas que eles estão tendo também teremos futuramente.


                                   Autor: Douglas Fernando Blanco

3 comentários:

  1. è bom e sensato, pensarmos, desde já, nas duas certezas de nossas vidas: a velhice e a morte. Preparamos-nos para elas é crucial para aceitarmos as limitações que ambas irão nos impôr.

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  2. É interessante pensar nessas possibilidade, mas ao mesmo tem angustiante.... nao quero morrer

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  3. ninguém quer morrer, mas a morte é um constitutivo de nossa existência, é preciso que a aceitemos e assim procurarmos viver autenticamente!!!

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