sexta-feira, 28 de outubro de 2011

“Fé e Razão: um casamento que pode dar certo” (II)

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Aqui damos continuidade a uma segunda reflexão sobre este tema. Na primeira matéria contemplamos a fé e a razão como dois pólos que nos provocam constantemente na busca de uma resposta adequada.
A negação ou a acentuação de um dos pólos em detrimento de outro pode causar muito desequilíbrio. Por isso, aqueles que estão mais do lado da fé, necessitam abertura, deixar preconceitos de lado e acolher a fala e a contribuição das ciências. Por outro lado, aqueles que estão mais do lado das ciências necessitam fazer a mesma coisa e mostrar disponibilidade para acolher a mensagem da fé. Nós podemos lidar com estas questões a partir de um esquema rígido que se posiciona, por exemplo, assim: fideísmo, espiritualismo versus racionalismo, cientificismo. Como os “ismos” por natureza são reducionistas, tornam-se também perigosos e com que facilidade o ser humano cai nessa armadilha. Muitas vezes, o diferente é olhado com desconfiança e receio. O diferente costuma desinstalar, questionar e ameaçar. A formação dos preconceitos tem muito a ver com isso.
Porém, encontramos outras maneiras de lidar com esse debate entre fé e razão. João Paulo II na Carta Apostólica no XVI centenário da conversão de Santo Agostinho nos oferece uma síntese da perspectiva agostiniana sobre o tema que nós estamos refletindo:

“Antes de tudo, as relativas ao problema que mais o atormentava na juventude e sobre o qual ele voltou com a força do engenho e a paixão da alma, o respeitante às relações entre a razão e a fé: um problema de sempre, de hoje não menos que de ontem, de cuja solução depende a orientação do pensamento humano. Mas o problema difícil porque se trata de passar incólume entre um extremo e outro, entre o fideísmo que despreza a razão e o racionalismo que exclui a fé. O esforço intelectual e pastoral de Agostinho foi o de mostrar, sem sombra de dúvida, que ‘as duas forças que nos levam a conhecer’ devem cooperar entre si.
Ele escutou a fé, mas não exaltou menos a razão, dando a cada uma o seu primado, ou de tempo ou de importância. Disse a todos o crede ut intelligas, mas repetiu também o intellige ut credas. Escreveu uma obra, sempre atual sobre a utilidade da fé (...) mas afirma também que a fé nunca é sem razão, porque é a razão que demonstra ‘em quem se deve crer’. Portanto, ‘também a fé tem os seus olhos com os quais vê, de certo modo, que é verdadeiro aquilo que ainda não vê. ‘Ninguém crê, portanto, se antes não pensou que deve crer’ porque, ‘crer, não é mais do que pensar com assentimento ... tanto que ‘a fé que não seja pensada não é fé”.

A partir da contribuição agostiniana, percebemos que uma alternativa saudável neste debate nos convida a passar de um paradigma de fragmentação para um paradigma de integração. Um projeto de vida que negue e desconsidere os opostos, vivenciando apenas um único pólo, costuma gerar muita divisão, distorção, sofrimento e doença, mergulhando a pessoa num estado caótico e de morte. O problema, em definitiva, não está em si mesmo na fé e/ou na razão, mas na maneira como o ser humano lida com esses pólos e por extensão com as diferenças na sua vida. Isto me faz lembrar um texto que passei para os seminaristas sobre uma pedra e que desconheço o autor, mas deixo aqui reproduzido, pois me parece muito simples e ilustrador.
A Pedra

O distraído nela tropeçou;
O bruto a usou como um projétil;
O empreendedor, usando-a, construiu;
O camponês, cansado da lida, dela fez assento;
Para as crianças foi brinquedo;
Drummond a poetizou;
Com ela Davi matou Golias;
O artista fez dela a mais bela escultura...

Em todos os casos, a diferença não era a pedra, mas sim o homem. Nessa “Pedra” nós podemos ver a Fé e a Razão. O que eu faço com elas depende de mim. Assim, podemos concluir pensando como seria bonito usar a Fé a Razão para que nós, artistas do belo, possamos construir, criar, proporcionar estruturas, ambientes, espaços mais saudáveis e dignos para todos. Um desafio, que eu vejo também como tarefa, é possibilitar ao ser humano melhores condições de vida, evitando o cultivo de atitudes fanáticas e fundamentalistas e ao mesmo tempo contribuir com um paradigma de integração e harmonia, ampliando nossa consciência e criando comunhão. Bem-aventurado o ser humano que se ocupa com o cultivo da ciência e da fé, valendo-se delas em pró de um projeto de vida e de vida em abundância. A final de contas, podemos ver a fé e a razão como um casamento que pode dar certo.

                                                                                       Autor: José Lorenzo Gomes

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

“Fé e Razão: um casamento que pode dar certo” (I)

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A partir da releitura da encíclica de João Paulo II “Fides et Ratio” faço algumas reflexões que quero dividir. De acordo com o Papa “a fé e a razão constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade”.
No contexto do início deste novo milênio quando os avanços tecnológicos ficam mais evidentes, os questionamentos da pós-modernidade mais explícitos, a convivência social e cultural mais aberta e plural e o ser humano mais exigente nas respostas, retorna ao palco público um debate, antigo e atual, da relação entre a fé e a razão.
Inicialmente me veio à memória a imagem do matrimônio e o relacionamento entre a mulher e o homem, entre o feminino e o masculino. Olhando para os dois pólos da relação matrimonial percebemos que não é nada fácil ter uma relação construtiva e saudável. É um fato comum que a relação entre o homem e mulher muitas vezes é destrutiva e patológica. Porém as pessoas não perdem a esperança de encontrar uma relação saudável e gratificante e todos os dias em algum lugar deste planeta um homem e uma mulher estão se comprometendo a viver juntos, nas alegrias e nas tristezas, no amor e no respeito com a expectativa e a esperança que esse casamento, essa relação possa dar certo. E claro também encontramos matrimônios onde a relação é saudável e que deu certo. Porém isso não acontece de maneira mágica e para que essa relação se aproxime do ideal precisa de ajuste e da contribuição adequada de ambas as partes, assim como os cuidados necessários que uma relação desse tipo demanda.
Algo parecido acontece e tem acontecido no “casamento” entre a fé e a razão. Olhando a partir de uma perspectiva histórica, percebemos nesse relacionamento atitudes negativas de traição, adultério, infidelidade, desconfiança, desrespeito, abuso de poder, desencontros, invasão do campo alheio, desvalorização e humilhação etc. que comprometem o equilíbrio de qualquer relação. Porém o ser humano, o verdadeiro pensador e o verdadeiro crente, alimenta a esperança de que um dia fé e razão possam viver juntas, no respeito e no amor, tornando esse casamento uma convivência fecunda, próspera e saudável.
Razão ou Fé, Ciência ou Religião, Homem ou Mulher, Psicologia ou Espiritualidade, Filosofia ou Teologia, etc. Essa maneira de apresentar a polaridade não ajuda muito na compreensão e na convivência. Podemos trocar e talvez seja mais edificante colando a proposição conjuntiva “e”. Razão e Fé, Ciência e Religião, Homem e Mulher, Psicologia e Espiritualidade, Filosofia e Teologia. Jesus, nosso modelo de conjunção e de vida nos deixou um paradigma de integração, mostrando que até os pólos mais diferentes podem estar juntos, como o humano e o divino. Jesus, humano e divino.
As diferenças, por princípio, não deveriam tornar-se um obstáculo para uma convivência pacífica. Por isso, o paradigma que se fundamenta na proposição disjuntivaou” nem sempre é o mais adequado na relação entre as diferenças. Talvez a escolha mais acertada, neste caso, seja o uso da proposição conjuntivae”. Também quando o tema dessa relação é refletido a partir do grau de importância e de poder, costuma cria um obstáculo sério, gerando afastamento e exclusão. Porém, quando há boa vontade das duas partes, colocando-se numa perspectiva de respeito, de abertura, da valorização do outro, da igualdade e das diferenças, costuma gerar aproximação, criando condições para que o relacionamento se torne autêntico e construtivo. Quando a relação é harmoniosa não significa que há ausência de tensões e questionamentos recíprocos. Porém, cair na tentação de querer abolir, sufocar um dos dois pólos é semear o caos. Uma alternativa da possibilidade de superação da relação caótica está na escuta do apelo da nossa consciência que clama por um relacionamento cósmico e harmônico. Nesta tarefa venho me empenhando, pois acredito que integrando as diferenças podemos oferecer para a sociedade uma esperança de viver juntos numa convivência fraterna.

                                                                                      Autor: José Lorenzo Gómez

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

As perdas e o sentimento de inutilidade na velhice

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O desenvolvimento humano é algo muito presente na vida de todas as pessoas, sabemos que este é um processo ao qual iremos passar ao menos que a morte cancele este processo, mas de todos os desenvolvimentos o que mais vem preocupando é o sentimento de velhice, a sociedade simplesmente descartou esta etapa, tratando-a com desprezo e também com uma certa forma descartável. “O novo tem espaço na sociedade, e o velho não?” é a pergunta que fazemos.
Este nosso estudo busca entender os aspectos psicológicos da terceira idade que vai dos 60 anos até a morte, temos que ter em mente que enquanto houver vida há o desenvolvimento, ele é um processo frequente na vida de todos nós, embora esta idade é marcado por perdas e também um sentimento de desprezo, ao qual nós iremos nos focar.
Os autores Oliveira, Rego e Aquino entendem o desenvolvimento humano não como um processo linear em direção ao ápice, mas sim como um processo que inclui simultaneamente avanços e retrocessos, ganhos e perdas, descontinuidades e rupturas. Dentro desta perspectiva, a velhice não é sinônimo de decadência, mas sim uma etapa em que, como as anteriores, é possível lidar com as dificuldades,  aprender,  ter crescimento pessoal  e  preservar o caráter dinâmico da subjetividade, até o final da vida.
A questão psicossocial é a mais complexa, pois, a sociedade tende a deixar de lado aquilo que perde certa utilidade, nessa idade o idoso esta mais tendencioso ao ócio, os movimentos já não correspondem mais como antes e por isso a sociedade faz o processo de descarte dessas pessoas.
A velhice é a fase do desenvolvimento marcada por uma serie de perdas, mortes seja elas concretas ou simbólicas estas perdas são significativas, o que precisamos compreender é que estas perdas gera além da dor o aprendizado e também o crescimento pessoal. A experiência adquirida por essas pessoas ao longo da vida, teria ao menos que exercer um papel significativo em nossa sociedade, pois só existe o novo porque existiu e existe um velho.
As perdas ao qual entendemos não são apenas a morte, ou a chegada desta na vida destas pessoas, as alterações no corpo tornam essas pessoas mais sensíveis e muito mais vulneráveis, outros fatores que contribuem para as perdas é as questões fisiológicas e funcionais, o organismo não é mais o mesmo, por isso pode ocorrer na mente do idoso certo complexo que tem que ser trabalhado de forma que este idoso aceite este processo como um forma também natural, ganha-se muito mas também perde-se muito. Outro fator preponderante para isso é a questão financeira, a instabilidade ocorrido pela aposentadoria, torna o idoso dependente de outras pessoas, o salario mal da pra pagar os remédios causando também frustrações no indivíduo.
Dentre todas estas o isolamento social é o pior, analisando as pessoas que conhecem, quantas pessoas vocês já viram trabalhando em uma empresa publica ou privada após os sessenta anos de idade? É raro. Até mesmo pelas perdas que tratamos acima, muito embora isto represente um descaso ou até mesmo um preconceito gerado pela nossa sociedade. O idoso perde o seu papel na sociedade, é encarado e visto como um peso e não mais como uma possibilidade de conhecimentos e experiências que ele tem a passar aos mais jovens.
Depois da morte, outra certeza que temos é a velhice, pensamos nas possibilidades de ser descartados? De não sermos vistos? Ou até mesmo ouvidos? Não acredito que a sociedade precise de conscientização, mas sim de encarar a realidade, as mesmas perdas que eles estão tendo também teremos futuramente.


                                   Autor: Douglas Fernando Blanco

sábado, 22 de outubro de 2011

Solidão: algo bom ou ruim?

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          Um aspecto que a maioria das pessoas sente receio de enfrentá-la, pois a solidão que é um “encontro consigo mesmo” segundo Ansel Grun (monge beneditino) deixam as pessoas perplexas diante desse estádio de silêncio de encontro com seu eu. Entrar em seu interior muitas das vezes torna-se desagradável para as pessoas, pois ela estará sujeita a descobrir determinados fatos, lembranças, medos, fraquezas, defeitos, questões essas que as pessoas sucumbem em recordá-las. E convenhamos, quem gosta de recordar maleficências. ren Kierkegaard enuncia que o indivíduo, na sua angústia de não ser culpado, mas de passar por sê-lo, torna-se culpado. O ser humano de hoje não quer mais arriscar viver essa experiência. Porém, a solidão deve ser tratada de forma positiva, pois ela é uma categoria integrante na existência do ser humano, não tem como escapar dela, uma hora ou outra teremos, assim como a morte, que enfrentá-la. Então se não aprendermos a lidar com a nossa solidão nossa existência será sofrida.
         Contudo, a solidão tem seu lado bom, principalmente para quem quer viver uma espiritualidade mais profunda como Kierkegaard falava, que a solidão é um meio para se aprofundar na fé. Ansel Grun nos fala que a solidão é tanto um encontrar-se consigo mesmo quanto um encontrar com Deus, porém a primazia é primeiramente encontrar-se consigo. No texto “o elogio da solidão” do autor Fábio Hernandes ele vem falar da solidão como um caminho para a sabedoria, e concordo com ele, pois a medida que nos isolamos nos estudos o aprendizado melhora, porque o silêncio é necessário na hora de estudar de fazer uma leitura e escrever algo. Dessa forma, o isolamento, em determinados momentos, traz muitos benefícios à pessoa que o busca.
         Portanto a solidão pode apresentar dois lados, mas isso vai depender de cada pessoa. Algumas entram no mundo do silêncio e conseguem permanecerem, outras experimentam, mas tem receio em retornar a ele. Mas e você como se “comporta com a sua solidão” você a despreza com medo ou abraça? Pense sobre isso.

                                                                 Autor: Francisco Uchoa

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A PERCEÇÃO: de que forma percebemos os outros e o mundo?

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 Pretendo iniciar, partindo desse texto, várias reflexões no que diz respeito ao estudo das percepções.
Refletir sobre a percepção é muito importante para entendermos, de certa forma, nossos comportamentos, pois a maioria dos nossos comportamentos são baseados nas interpretações que fazemos da realidade e não da realidade tal como ela é, ou seja, um fato ocorrido pode ter inúmeras interpretações das mais variadas pessoas, e às vezes essas interpretações são falsas. Por esse motivo, a percepção que temos do mundo varia de pessoa para pessoa, cada um percebe uma situação ou objeto de acordo com aquilo que lhe chamou mais atenção. Assim, podemos dizer que somos influenciados na interpretação, principalmente, pela situação emotiva que nos encontrarmos, pela pressão de determinado grupo, pelas diferenças culturais, etc., as percepções são normais se de fato corresponder àquilo que o observador vê, ouve e sente.
A percepção ocorre instantaneamente, ou seja, quando você entra em contato com determinada situação a percepção ocorre, por esse motivo devemos refletir quando elas acontecem para sabermos se realmente correspondem à realidade. Somos pessoas que vivem em sociedade; no convívio social uma percepção errônea dos fatos, da realidade pode nos levar a tomar uma decisão negativa na vida. Assim, devemos nos perguntar: como eu lido com a realidade? Porque muitas das vezes tenho distorções perceptivas? Uma pessoa que não sabe lidar com seus conflitos internos,a partir, das necessidades subconscientes irá se “proteger” de determinada situação. Não é que tal pessoa faça isso por que quer, às vezes ela não percebe que está distorcendo a realidade a seu favor. Por exemplo, se um individuo tiver um conflito com uma pessoa de autoridade, começará a ter uma visão distorcida de todas as pessoas que tem algum tipo de autoridade; de forma a achar tais pessoas perigosas, e conseqüentemente formará juízos (pensamentos) negativos acerca dessas pessoas; mesmo que tais pessoas se comportem corretamente.
As pessoas que têm percepções distorcidas não percebem que fazem isso, na verdade pra não dizer todos, a maioria de nós distorce a realidade sem saber. Por esse motivo nós devemos refletir cuidadosamente sobre as informações e sentimentos que chegam a nós, pois muitas das vezes nos orientamos por essas informações e sentimentos, embora nem sempre eles sejam verdadeiros.
Portanto, meus caros, convido-os a pensar sobre isso¸ pois devemos entrar em contato com tudo aquilo que não nos ajuda a crescer como pessoa. E quando refletimos de forma madura sobre as coisas que não gostamos em nós mesmo, o crescimento começa a acontecer. Mas muitas pessoas fogem de si, devido que não é fácil reconhecer nossa fragilidade, nossa infantilidade, nossos erros, etc., a pergunta é: porque fugimos e não aceitamos as coisas que são desagradáveis em nós? Por que tais coisas nos causam sofrimento quando entramos em contato com elas, contudo, devemos ter em mente que tanto as coisas desagradáveis como as coisas agradáveis estão em nosso caminho existencial. Além do mais, “sem sofrimento não há crescimento”. Ou seja, se é sofrido entrar em contato com as coisas que são desagradáveis em nós, esse sofrimento não será a toa, pois se refletirmos bem cresceremos muito como pessoa.
A respeito desse assunto vocês podem ler os trabalhos de Amedeo Cencini e Alessando Manenti que a meu ver são bons pesquisadores nessa área.
Meus caros leitores o próximo texto que eu vou escrever será sobre a percepção distorcida, apesar eu ter comentado sobre ela neste texto. Por fim gostaria de agradecer a todos por lerem nossos textos e gostaria de pedir que fiquem a vontade para fazerem críticas e sugestões para melhorarmos cada vez mais o blog. Obrigado! E boa leitura!                                                                         
                                                                                              Autor: Anderson Sales

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A verdadeira Amizade!

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A amizade segundo Aristóteles é essencial à vida humana; ninguém escolhe viver sem amigos. Até aquelas pessoas que nada lhes faltam, não vivem sem amigos, pois a amizade é uma virtude indispensável à felicidade.
A verdadeira amizade exige convívio e mútua confiança e isso se constrói ao longo do tempo. A verdadeira amizade é aquela que existe entre os homens bons cujo alicerce é a virtude. A amizade existe entre os indivíduos semelhantes, por isso é raro uma amizade verdadeira, pois existem poucos homens assim. A amizade e a justiça possuem os mesmos fins, sendo que a primeira é superior.
Para alguns homens, diz Aristóteles, a amizade tem em vista o prazer ou o bem. O desejo de amizade nasce rápido, mas a amizade não, ela demora muito tempo para se concretizar, já que exige convivência. Aristóteles apresenta três tipos de amizades segundo a idade dos indivíduos.
A amizade assume funções diferentes. Para os jovens, ela ajuda a evitar o erro, já para os mais velhos ela serve de amparo para suas necessidades que aparecem com o passar do tempo, pois dois amigos agem e pensam melhor. A amizade baseada na utilidade é aquela que visa extrair proveito do outro, visa o interesse unilateral, ama o outro somente enquanto está sendo beneficiado. A amizade baseada no prazer é aquela que existe entre os amantes, mas essa também não é durável, pois assim que acaba o prazer tal amizade se desfaz também.
A amizade baseada no caráter, que no entender de Aristóteles é a verdadeira amizade. Nela o simples fato da presença do amigo é motivo de grande satisfação. Essa amizade só existe entre os homens bons, pois estes podem ser amigos por si mesmos, já que possuem as mesmas virtudes.
Quando a amizade visa apenas a utilidade ou o prazer qualquer um pode ser amigo, até o bom pode ser amigo do mau, sendo que o homem mau não se deleita com o convívio do outro, a menos que isso lhe proporcione alguma vantagem. Porém os homens bons são os verdadeiros amigos e os maus são por acidentes ou por alguma semelhança com os bons.
A amizade implica igualdade, ela é proporcional à justiça. Em toda amizade é a proporção que iguala as partes e preserva a amizade. Porém existe uma espécie de amizade que envolve desigualdade como é o caso do pai com o filho, do marido com a mulher e do jovem com o velho, tal amizade existe entre aqueles que mandam e os que obedecem. A amizade de pai e filho é mais útil do que a amizade entre estranhos, pois estes convivem mais entre si.
Existe ainda a amizade que nasce por meio da benevolência. A benevolência é uma relação amigável, mas não se identifica com a amizade verdadeira, pois a verdadeira amizade exige intimidade e na benevolência não encontramos necessariamente essa característica. Enquanto a amizade envolve a intimidade, a benevolência pode simplesmente ocorre, como acontece com os adversários em uma competição. Assim, a amizade que pode surgir por meio da benevolência é amizade verdadeira, visto que não está baseada na utilidade ou no prazer.
Conclui-se então, que a amizade é essencial na vida do homem e que existem diversos tipos de amizades. No entanto, cabe ao homem destinguir a amizade verdadeira da falsa. A amizade verdadeira acontece entre semelhantes, pois possuem as mesmas virtudes; assim a amizade dura enquanto são bons e a bondade é muito durável. Do contrário, a amizade é vista como uma condição para atingir interesses próprios e este tipo de amizade está fadada ao fracasso. Pense sobre isso.

                                                                                           Autor: Adenilton Cunha

domingo, 16 de outubro de 2011

Querer é sofrer !

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Porque quando queremos algo ou alguma coisa sofremos pela ansiedade até conseguir a coisa desejada?
Hoje em dia, percebemos nos estudantes, principalmente aqueles que vão prestar vestibular na universidade pública, que vivem preocupados, ansiosos, nervosos, aflitos, etc. para conseguirem o tão esperado sonho de serem aprovados e conseguirem o curso desejado para a realização pessoal e profissional. Tal desejo que é “vontade”, nos leva a levantar cedo de nossas camas e ir pra escola ou trabalhar com a pretensão de conseguir num futuro próximo nossas realizações pessoais.
Nesse sentido, podemos dizer, que querer é sofrer, pois segundo um filósofo chamado Schopenhauer, á vontade é a essência do nosso ser (nasce em nós), a consciência e o sentimento do nosso corpo como vontade de nos levar a conhecer que toda as coisas que existe em nossa volta é uma força natural, que se manifesta nos seres humanos.
Mas a onde estar à dor e sofrimento nessa vontade? Percebemos que a essência dos seres humanos é a vontade insaciável. A vontade é o conflito entre o “querer e o ter”, ou seja, a dor de sofrer.  Nós seres humanos, nunca estamos satifeitos com nossas coisas e nossa vida, sempre queremos algo de novo, algum objeto, uma meta, algum desejo, etc., ou seja, somos seres insaciáveis.
Para o filósofo a vida é necessidade e dor. Se a necessidade é satisfeita, então mergulhamos em novas necessidades e no tédio. Por exemplo, em nosso cotidiano ter o objeto chamado “celular” é praticamente fundamental, mas, a partir que tenho a “vontade” de ter esse aparelho na melhor de sua fazer, que é a ultima geração, ai eu sofro até tê-lo em minhas mãos. Quando usufrui desse aparelho e depois de passar por algum tempo, ele me trás o “tédio”, pois nada mais me atrai em tal aparelho, ou seja, já utilizei todas as suas funções . Logo em seguida, ao passear pelo shopping vejo pela vitrine da loja um parelho celular com novas tecnologias, na qual, só em ter a notícia de suas novas tecnologias, que logo me trás o sentimento de “vontade” de tê-lo, e ai eu sofro até que eu tenha em minhas mãos, assim, a mesma historia vivem se repetindo.
O exemplo serve para demonstrar, que isso na maioria das vezes levamos para a nossa vida pessoal como seres insaciáveis, que no vestibular, no trabalho, na escola, na faculdade, etc. sempre queremos buscar novas metas, novos sonhos, e que a força que nos impulsiona é justamente essa vontade de buscar aquilo que queremos. Mas também devemo-nos pergunta: será que vou viver constantemente no sofrimento e no tédio por causa dessa vontade? O filófoso tem uma reposta para se libertar desse tédio e sofrimento? Segundo Schopenhauer a “escapatória” dessa dor e tédio seria que ele chama de: “experiência estética” que nada mais é do que a contemplação da “arte”. Na verdade queria perguntar pra vocês leitores: vocês nunca se pegaram a contemplar um pôr-do-sol, uma noite estrelada, ou alguma imagem ou paisagem que vocês ficaram admirados e cheios de sentindo de paz, uma harmonia interior, ou simplesmente se deixaram encantado pelo acontecimento? Para Schopenhauer, isso seria uma experiência estética, naquilo vocês não têm a dor e o tédio, mas sim, o somente contemplar a liberdade.
 Boa sorte com suas “vontades” e não sofram muito, ok!
       

                                                                       Autor: Leonardo Dos Reis

sábado, 15 de outubro de 2011

Professores: tão importantes como desvalorizados.

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Hoje é o dia que homenageamos ou pelo menos deveríamos homenagear aqueles professores que dedicam sua vida a educação. As palavras: educação e professor, são indissociáveis, ou seja, o professor será ou deveria ser o mediador entre o conhecimento e o aluno. Nesse sentido, o educador se torna necessário para que o conhecimento chegue até o aluno e com qualidade. Por outro lado, cabe ao aluno fazer o movimento de ir ao encontro ao saber, ou melhor, não depende tão somente do professor o bom desempenho dos alunos, e nem depende tão somente dos alunos seu próprio aprendizado; é preciso que haja certa colaboração entre o professor e o aluno para que o conhecimento seja produzido. Daí se segue que sem o professor como os alunos alcançariam o conhecimento?
Contudo, não basta ter professores, é preciso ter professores qualificados e que sempre estejam estudando. Mas como o professor irá continuar estudando se ele precisa dá aula praticamente o dia todo para sobreviver? Como com um salário tão baixo, o professor poderá comprar livros que são tão caros? os professores já estão saturados de tanto dá aula para sobreviver.
Ao que parece a importância do professor não é reconhecida, ao contrário, os professores são vistos com certo “preconceito” pela maioria das pessoas. Querem testar esta premissa que acabo de expor? Perguntem para os alunos ou para qualquer pessoa, se eles pensam em “ser” professor. Certamente que a maioria dirá que não e até com um ar de sarcasmo na voz. A maioria das pessoas vêem os professores como aqueles que não deram certo na vida e, assim, foram ser professores. Nem respeito se está tendo mais por eles; já foi a época que os professores eram valorizados e vistos com respeito por todos. Hoje, quem se dedica à profissão tem que lidar com outro contexto: falta de estrutura, salários extremamente baixos, indisciplina, ofensas por parte dos alunos. E como se ainda não bastasse ainda são “obrigados” a aprovarem aqueles alunos que passam o ano todo “bagunçando” sem nenhum compromisso com o conhecimento ou com a sociedade. E esses mesmos alunos que os professores são “obrigados” a aprovarem, mais tarde, possivelmente, trarão sérias conseqüências para a sociedade que os “originou”, ou seja, quando apoiamos esse tipo de coisa, estamos dando um “tiro no próprio pé”, pois as conseqüências disso repercutirão na nossa própria vida social.
Temos também o exemplo de que uns 30 anos atrás quando o aluno tirava uma nota baixa, os pais cobravam do aluno mais responsabilidade e o fazia estudar mais. Hoje é o inverso. Quando o aluno tira nota baixa, os pais dizem que a culpa é do professor. Obviamente que existe aqueles professores que não honram sua profissão, mas a maioria procura fazer um bom trabalho educando da melhor maneira possível seus alunos; muitos até compram livros com seu próprio salário que já é minúsculo. Além do mais lembremos da teoria agostiniana da linguagem: não é porque o professor ensina que o aluno aprende”. O aprendizado requer dedicação tanto do professor quanto do aluno.
Pensemos sobre isso, os professores devem ser mais valorizados para que assumam seu lugar na sociedade, que se a sua profissão não é a mais importante, ao menos está entre as mais importantes, pois qualquer profissão necessita de um professor. E pode ser nesse sentido, que Paulo Freire diz: “ninguém ensina ninguém, mas também ninguém aprende sozinho.
                                                                               Autor: Anderson Sales

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O MUNDO DOS SENTIMENTOS (PARTE II): O que fazer para aceitar e expressar de maneira sadia nossas emoções?

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         Na primeira parte deste artigo, vimos como é extremamente prejudicial reprimir os sentimentos, pois fazendo isso, eles acumulam-se em nosso interior e depois “explodem” em alguma situação, fugindo de nosso controle. O que fazer então para aceitar estas emoções de nosso interior?
         A resposta para essa pergunta está no auto-conhecimento, que é, antes de tudo, o reconhecimento dos próprios sentimentos. Por exemplo: Em um momento onde estamos com as emoções a flor da pele, ou sentindo algo que não dá para ignorar, ao invés de reprimirmos ou “demonizarmos” estes sentimentos, devemos nos fazer as seguintes perguntas: “O que estou sentindo neste momento? De onde vem meu sentimento? Por que estou me sentindo assim? O que é importante para mim?”. Dessa maneira, vamos entrando em contato com o mundo das nossas emoções, que muitas vezes é desconhecido. Esta é uma forma de se auto-conhecer.
         Entretanto, fazer esse encontro consigo mesmo e com o mundo das emoções não é tarefa fácil, mas é caminho obrigatório para aprendermos a expressar nossos sentimentos de maneira sadia. Devido a isso, a primeira coisa que devemos fazer é aceitar nossas emoções. Nesse sentido, Carl Jung, em sua obra Relações entre a Psicoterapia e a Direção Espiritual”, ressalta: “Não podemos mudar seja o que for, a menos que o aceitemos”. Logo, este autor vem nos mostrar que só poderemos mudar a relação com nossos sentimentos se os aceitarmos. Aceitá-los significa ter em mente que nossas emoções não são nem boas nem ruins, nem certas e nem erradas, elas simplesmente existem. A maior parte das pessoas tende a julgar seus próprios sentimentos, como se alguns fossem bons e outros maus, devido a isso, elas acabam por ter medo ou vergonha de experimentá-los. Mas é importante saber que todo e qualquer sentimento, se brota dentro de nós, é apenas uma parte natural de nossa própria constituição humana. Dessa forma, devemos sempre nos permitir senti-los, experiênciá-los e reconhecê-los como algo que faz parte de nossas estruturas.
         Todavia, em nosso cotidiano, percebemos que muita gente tem receio de fazer isso, pois acreditam erroneamente que ao dar espaço para a aceitação dos sentimentos, eles dominarão o seu agir. Desse modo, essas pessoas temem que, se deixarem os sentimentos virem à tona, elas acabarão por agir de acordo com tais emoções. Muitas vezes pensamos que se sentirmos raiva, e aceitarmos este sentimento, vamos agredir a qualquer um que aparecer em nossa frente. Mas será que isso ocorrerá mesmo?
         William Shakespeare, em “O Menestrel”, responde a esta pergunta quando afirma que “quando estamos com raiva, temos o direito de estar com raiva, mas isso não nos dá o direito de sermos cruéis”. Nossas ações são o resultado de uma escolha que nós mesmos fazemos. Nesse sentido, podemos ou não agir de acordo com nossos sentimentos, isso dependerá de nossa escolha. Nossas emoções não determinam nossas ações.
         Por isso, é muito importante para nós fazermos sempre este contato com o nosso mundo emocional, visto que só podemos nos conhecer e relacionarmos de maneira madura com a nossa própria pessoa quando somos capazes de escutar e identificar aquilo que sentimos; quando somos capazes de aceitar nossos sentimentos em sua totalidade, sabendo expressá-los livremente a mim mesmo e às outras pessoas. E você... como está se relacionando com o seu mundo emocional? Você o reprime ou o aceita? Quando você se fizer estas perguntas, lembre-se sempre das palavras de Jung: “Sua visão se tornará clara somente quando você olhar para dentro do seu coração. Quem olha para fora, sonha. Mas quem olha para dentro, desperta”. Pense sobre isso.

                                                                      Autor: Arnin Braga

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A partir de uma perspectiva "educacional": Por que as crianças mentem?

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Sabemos que dia 12 de outubro é dedicado as crianças. Nesse sentido, resolvi refletir sobre algum assunto que está presente no cotidiano não só das crianças como dos adultos. Antes de mais nada é importante dizer que não pretendo fazer um tratado sobre o assunto, ao contrário, pretendo fazer uma pequena reflexão para pensarmos.
Geralmente as crianças não têm vergonha de expressar o que sentem, nem se preocupam com suas ações, pois elas não têm completo acesso a sua capacidade racional. Mas se uma criança erra o que geralmente é feito? Lamentavelmente muito cedo, as crianças começam a ser castigadas por expressarem seus sentimentos. O castigo hora pode ser físico, hora pode ser por algum gesto de desaprovação.  As crianças percebem que fez algo de “errado”, quando são repreendidas, assim “entendem” que não devem fazer aquilo de novo, por exemplo, “responder” para uma pessoa adulta ou brincar na rua. Mas será que elas param de fazer? Algumas talvez sim, porém outras continuam fazendo, sem os pais saberem é claro. E quando os pais perguntam se fizeram tal coisa, elas negam com muita firmeza, pois sabem que seriam castigadas caso dissessem a verdade. Visto que aprenderam com a experiência do castigado que devem reprimir o que sentem, e com isso, as crianças se sentem rejeitadas, e também percebem que os adultos a sua volta não mostram o que sentem. Mas essa “rebeldia” das crianças de mentir para seus pais para continuar expressando o que sentem, aos poucos vai entrando em um outro estágio, pois sem um referencial de pessoa verdadeira as crianças vão contraindo-se pouco a pouco, abafando suas emoções. Mas reprimir as emoções não quer dizer que elas (as emoções) vão cessar de existir, pelo contrário, elas ficam abafadas na criança em algum lugar esperando o momento certo para serem “livres”. E essas emoções reprimidas não ficam sem “fazer nada” (inativas), ao contrário, elas pressionam a criança fazendo-a agir impulsivamente, em determinadas situações, causando-a sérios traumas, por exemplo, a criança vai se tornando “rebelde”, destrutiva, mentirosa, etc. Portanto, quando as crianças começam a reprimir suas emoções (vontade) em prol de uma “educação” imposta pelos pais para se adequarem aos padrões sociais, uma das alternativas que se apresenta a essas crianças é a mentira. Pense sobre isso.
                                                                                      Autor: Anderson Sales

O MUNDO DOS SENTIMENTOS (PARTE I): Os prejuízos que podem aparecer quando reprimimos e não aceitamos os nossos sentimentos

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         Em nosso cotidiano, percebemos que muitas vezes temos receio de expressar nossos sentimentos. Frequentemente, nós os encaramos como algo negativo. Se estamos com raiva, tristeza, angústia, desgosto... procuramos não nos permitir sentir estes impulsos. Encaramos estes sentimentos como fraqueza e acabamos por reprimi-los. Mas isso não ocorre apenas com emoções que nos causam dor. Sentimentos prazerosos também são reprimidos por nós. Algumas vezes, quando recebemos elogios, fazemos de tudo para não demonstrar alegria ou satisfação, com o objetivo de assim, não mostrarmos supostos “orgulho” ou “soberba”. Com isso, não nos permitimos sentir a alegria da satisfação de um trabalho bem feito, com receio que os outros se afastem de nós.
Basta olharmos ao nosso redor para percebermos exemplos e mais exemplos de como “demonizamos” nossos sentimentos. Quem nunca ouviu as frases: “homem não chora”, “tristeza é para os fracos”, “não fique angustiado, pois isso é sinônimo de depressão”, “Cuidado com os elogios, pois eles o deixarão orgulhoso”? Todas estas expressões revelam de forma clara como desde cedo somos ensinados a não aceitarmos o que estamos sentindo.
O que muita gente não sabe é que reprimir as emoções é algo extremamente prejudicial. Quando reprimimos nossos sentimentos, escondendo-os de nós mesmos e dos outros, isso não garante que essas emoções irão acabar ou desaparecer. Pelo contrário, elas continuam em algum lugar dentro de nós, mesmo que não saibamos. Nesse sentido, Sigmund Freud, em sua obra “A Psicopatologia da Vida Cotidiana”, afirma: “Nenhum ser humano é capaz de esconder um segredo. Se a boca se cala, falam as pontas dos dedos”. O que este autor quis dizer é que quando escondemos os nossos sentimentos de nós mesmos, eles se mostrarão de alguma forma para nós. Por exemplo: tudo está tranqüilo e calmo, mas interiormente, você sente uma insatisfação e não sabe de onde ela vem. Em outros casos, é o corpo que começa a mostrar sinais: dores inexplicáveis, insônia e problemas de saúde sem qualquer causa física, a qual os psicólogos chamam de “doenças psicossomáticas”. Ou então, seus sentimentos reprimidos podem sair a partir de uma “explosão” emotiva, como um relacionamento desfeito, o emprego abandonado de repente ou uma mudança brusca de vida.
Todos estes comportamentos que, aparentemente parecem não ter nenhuma explicação coerente no nosso dia-a-dia, são, na verdade, as emoções reprimidas durante toda uma vida e que, uma vez acumuladas, explodem diante de uma situação ou de um estímulo qualquer.
O que fazer para aceitar as nossas emoções e saber expressá-las de maneira sadia? É essa questão que procuraremos responder na segunda parte de nosso artigo. Mas por enquanto... pense sobre isso.

                                                                                                    Autor: Arnin Braga

O VAZIO EXISTENCIAL E A BUSCA DE SENTIDO: Como evitar o primeiro e encontrar o segundo?

O cotidiano é o lugar onde a vida realmente acontece. Nele vivemos nosso dia-a-dia, nos relacionamos, realizamos nossas atividades e exi...