sábado, 17 de dezembro de 2011

O trabalho dignifica o homem! Será?

Sigam-nos: https://www.facebook.com/Nuforhpan-728995427279837/
Quando falamos em trabalho, muitas pessoas pensam que o trabalho “dignifica o homem”, embora que seja necessário trabalhar para nossa sobrevivência; colocar alimento, roupas, e acessórios em casa é importante para nosso bem-estar. O trabalho sempre esteve presente na vida do ser humano, pois todas as coisas materiais que existem na sociedade foram feitas pelo homem. Mas será que o trabalho influência no meu modo de pensar, refletir e raciocinar? 
A partir de uma leitura do pensador alemão Karl Marx, existe uma teoria filosófica sobre a constituição do trabalho, esse pensador pensa da seguinte forma: os homens, para construí a si mesmo, devem manipular a natureza (pedra, madeira, ferro, terra, etc.). O homem vive uma relação constante com a natureza, por isso, ao transformar a natureza o homem transforma a si mesmo. Essa transformação de si significa que o individuo adquire conhecimento das coisas que ele manipula. Mesmo sabendo que o homem  esteja submetido a natureza, o indivíduo tem o potencial de modificá-la. Ao realizar essa ação, o homem realiza o trabalho
Nessa explicação, podemos dizer que o trabalho é uma condição da existência humana, ela é ação do homem, que primeiro é realizado na mente (pensar, refletir, projetar, elaborar) para que logo em seguida for efetuada na prática (ação, Manipulação) que o indivíduo realiza na natureza (materiais existentes na terra).
O pensador alemão estabelece a diferença do trabalho de um animal racional (o homem) de um animal irracional (uma arranha, formiga, etc.), mesmo sabendo que ambos são animais. Enquanto os animais irracionais, por exemplo, uma aranha que faz sua teia por mera atividade instintiva para sobrevivência. Homem, por outro lado, tem a capacidade racional de fazer seu trabalho, ou seja, de pensá-lo, elaborá-lo, planejá-lo e refletir sobre a matéria, ou seja, o homem tem a capacidade de realizar o trabalho independentemente de sua necessidade para sobrevivência, ou seja, além de realizar o trabalho para sua própria necessidade ele realiza para outros indivíduos (socializa).
Os indivíduos ao realizar o trabalho modificam as suas estruturas físicas como, por exemplo, sua capacidade racional de refletir sobre a natureza, ocorrem também uma transformação em sua existência. Por isso, o autor fala que ao realizar o trabalho o homem constrói a si mesmo.
Em Marx, os homens necessitam realizar o trabalho para criar seus próprios meios de subsistência, ou seja, para sobreviver o homem trabalha para conseguir sua alimentação, vestimenta, sua moradia, seu agasalho, etc. para em seguida fazer História, pois para Marx, o homem necessita primeiro suprir essas necessidades básicas para se realizar como agente transformador da História.      
Depois dessa análise, percebemos que o trabalho em Marx é fundamental para a vida do indivíduo. Contudo, percebemos que no mundo tanto no tempo histórico do autor (século XIX nos meados da revolução industrial) como nos tempos atuais, o trabalho nos apresenta de forma destrutiva. Pois, nos faz ficar às vezes estressado, irritados, em alguns casos depressivos. Esse modo de trabalho, ou melhor, esse “sistema” que se chama sistema capitalista, que compra força de trabalho dos outros homens, o fazendo produzir os produtos com as ferramentas dos capitalistas. Assim, o homem perde todo aquele argumento que Marx elaborou sobre o trabalho que constrói o homem. Por isso, para autor a partir do momento que o homem vende sua força de trabalho, ele não tem consciência do produto realizado por ele mesmo, pois o modo de trabalho assalariado do sistema capitalista tem a força para “destruir” o homem.
Ao analisar essa destruição do homem devemos nos perguntar: o que será então a causa da degradação do homem? Segundo Marx, a propriedade privada é a causa dessa forma degradante de trabalho. Porém, essa propriedade não é algo metafísico ou imaginário, pois foi o próprio homem que a criou, ou seja, os indivíduos da classe dominante (Donos das Grandes Corporações)
Por isso, a importância de estabelecer o que é trabalho, o que é labor. Com isso, devemos entender aquela frase “o trabalho dignifica o homem”, mas devemos diferenciar que tipo de trabalho que dignifica o homem? O trabalho capitalista que nos estressa, que nos irrita, etc. ou trabalho em que o pensador alemão coloca como aquele estabelece o homem como transformado da natureza, da historia, da sociedade.


                                                                        Autor: Leonardo dos Reis

domingo, 20 de novembro de 2011

As falsas ideias que criamos acerca de nós, das pessoas e do mundo.

Sigam-nos: https://www.facebook.com/Nuforhpan-728995427279837/
Escrevi um texto para este blog pouco tempo atrás acerca das distorções perceptivas e disse que escreveria um segundo texto sobre o mesmo assunto, pois as ideias falsas ou distorções perceptivas influenciam muito nosso modo de ser e agir.
As ideias falsas são ideias que criamos a partir da realidade, mas não correspondem a realidade e esse é o problema, pois agimos nos baseando, sem perceber, nessas ideias falsas gerando uma série de frustrações. Por exemplo, uma casal de namorados, que vivem se dizendo que amam um ao outro e é nisso que acreditam, mas as atitudes de um e de outro contraria o que dizem, contudo, se recusam a aceitar a realidade, negando-a; tipo como se a realidade não existisse. Um outro exemplo mais esclarecedor; alguém critica você impiedosamente, sem causas justas (esse seria o evento ativador). Quando essa pessoa critica você, suas crenças ou ideias falsas diz o seguinte a você mesmo sem perceber ou percebendo: necessito ser querido ou amado e aceito por todo mundo, se isso não acontecer minha vida não tem sentido. No momento que você formula essa ideia falsa ou distorção perceptiva surgem em você alguns sentimentos de tristeza, inferioridade, etc.
Para você eliminar essas ideias falsas precisa reativar sua racionalidade e contestar essas ideias falsas e irracionais. Quando a racionalidade começa a agir nas suas crenças, então, você percebe que não tem que agradar todo mundo, nem precisa ser aceito ou amado para ter valor. A partir disso você começa a sentir auto-confiança, e outros sentimentos chamados positivos.
Existem muitas outras ideias falsas que temos em nossas mentes e que influenciam nosso dia-a-dia, vou citar algumas: alguém dizendo a si mesmonão tenho direito de ser feliz; sou um erro da vida, pois nasci para perder; vou enterrar algumas de minhas lembranças, pois me fazem ficar triste; se deixo fluir meus sentimentos, perco o controle; fica calado para não atrair problemas; se soubesse o que penso e sinto ficaria em estado de choque; você não pode dizer o que sente e pensa; é melhor não confiar em ninguém; o amor tem vida curta; o amor é tudo de bom, pois quando o encontramos o sofrimento acaba; o amor é ingênuo e cego; eu poderia continuar colocando muitas outras ideias falsas que, de certa forma, têm muita influência em nossa vida.
Devemos estar muito atentos para que nossas ações não sejam influenciadas por essas ideias falsas, pois quando nos deixamos influenciar por tais ideias acabamos sendo injustos com a realidade, com nós mesmos e com os outros. Por isso precisamos está atentos aos fatos e não como gostaríamos que tudo acontecesse. É bem verdade, diria um conhecido meu, que a realidade é igual a “rapadura” é doce mais é dura, contudo, não podemos deixar de aceitar a realidade como ela se apresenta a nós. Quando digo aceitar, não estou dizendo que é para não fazer nada, ao contrário, como diria Nietzsche, devemos aceitar a realidade como ela é e tentar melhorá-la. Por isso para este filósofo precisamos viver o momento, por exemplo, se uma moça está triste por não está namorando mais, então, ela deve fugir dessa tristeza? Obviamente que não, o fato ocorreu e o sentimento de tristeza surgiu, não se pode negar isso, apenas aceitar e viver o momento buscando melhorá sua situação atual sem deixar de ser o que se é, ou seja, sem precisar ser uma pessoa falsa ou inautêntica. Agora devemos nos perguntar, minha vida está sendo influenciada por quais ideias falsas? O que rege minha vida? Pense sobre isso.

                                                                                     Autor: Anderson Sales

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

PORTA FIDEI – A PORTA DA FÉ

Sigam-nos: https://www.facebook.com/Nuforhpan-728995427279837/
          No dia 11 de outubro deste ano, o Papa Bento XVI anunciou o Ano da Fé que acontecerá na Igreja de 11 de outubro de 2012 (Cinqüentenário da abertura do Concílio Vaticano II) a 24 de novembro de 2013 (Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo). Este Ano tem como objetivo ilustrar a todos os fiéis a força e a beleza da fé.
            Tendo em vista que vivemos em um tempo marcado por diversas ideologias que confundem a todos os crentes, o Papa nos convida a fazer uma particular redescoberta da fé. Segundo o Pontífice, a Porta da Fé que nos introduz na vida e comunhão com Deus, sempre está aberta para nós. Por isso, esse convite a redescobrir o caminho da fé - para fazer brilhar a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo.
            A Igreja vê a urgente necessidade de incitar os cristãos a colocar-se a caminho para uma nova evangelização do mundo, ou seja, para testemunhar Jesus Cristo nos lugares da vida, do trabalho, do convívio, do estudo. É necessário que os cristãos sintam maior preocupação com as conseqüências sociais, culturais e políticas da fé. Isso tendo em vista as profundas crises que nos atingem atualmente. Nesse sentido, faz-se sempre necessário sentir de novo a necessidade de ir como a Samaritana ao poço para ouvir Jesus que convida a crer n’Ele e a beber da fonte donde jorra água viva (Jo 4,14).
            Devemos readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus e do Pão da vida, afirma o Santo Padre. Por isso, crer em Jesus Cristo é o caminho para se chegar definitivamente à salvação. Tendo em vista a grande graça que beneficiou a Igreja no século XX com o Concílio Vaticano II, nele se encontra uma grande força para a renovação sempre necessária da Igreja. Essa renovação, entretanto, só se dará pelo testemunho prestado pela vida dos crentes, diz Bento XVI. Assim, o Ano da Fé é um compromisso que todos nós, cristãos, devemos assumir para reavivar a chama da fé de cada um, de nossas comunidades, e das pessoas que estão afastadas de Deus, da Igreja; os que sofrem, os que abandoaram a fé católica, os que não crêem. É reacender no mundo a luz da beleza de crer em Deus feito Homem, pela graça do Espírito Santo, em Jesus Cristo que veio morar entre nós.
            Nessa perspectiva o Ano da Fé é um convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor. É viver em Deus a vida nova segundo a novidade radical da ressurreição. Testemunhar com a vida e a palavra a fé que herdamos dos Apóstolos. É o Cristo mesmo que nos impele à evangelização. É ele que nos anima a redescobrir de novo a alegria de crer e reencontrar entusiasmo de comunicar a fé na descoberta diária do seu amor. É um convite do Senhor a aderir à sua Palavra a fim de nos tornarmos seus discípulos. Sendo assim, “só acreditando é que a fé cresce e se revigora; não há outra possibilidade de adquirir certeza sobre a própria vida, senão abandonar-se progressivamente nas mãos de um amor que se experimenta cada vez maior porque tem a sua origem em Deus” (Bento XVI, Porta Fidei, n. 7).
O Ano da Fé é uma oportunidade de confessar a fé no Ressuscitado nas nossas igrejas, famílias, casas, trabalho e conhecê-la melhor transmitindo-a às gerações futuras. Mostrar para cada um que professar a fé com a boca indica um testemunho e um compromisso públicos. É decidir estar com o Senhor para viver com Ele. É assumir a responsabilidade daquilo que se acredita. É entender a fé na sua dimensão pessoal e comunitária. É encontrar-se com uma Pessoa que vive na Igreja e, por isso, não se intimidar a dar razão da própria fé, a colocar-se em meio aos debates e questionamentos, afinal “a Igreja nunca teve medo de mostrar que não é possível haver qualquer conflito entre fé e ciência autêntica, porque ambas, embora por caminhos diferentes, tendem para a verdade” (Bento XVI, Porta Fidei, n. 12).
            Assim, neste Ano manteremos o olhar fixo em Jesus. N’Ele, morto e ressuscitado para a nossa salvação, encontraremos luz para que esse Ano da Fé seja a experiência pessoal e comunitária de redescobrir a fé como testemunho da caridade, porque, como afirma o Papa (Porta Fidei, n. 14), “A fé sem a caridade não dá fruto, e a caridade sem a fé seria um sentimento constantemente à mercê da dúvida”.Esta fé é a fé que marcou os dois mil anos da história de salvação. É a fé pela qual Maria acolheu a palavra do Anjo e acreditou no anúncio que seria a Mãe de Deus. É a fé pela qual os Apóstolos deixaram tudo para seguir o Mestre. É a fé pela qual os discípulos formaram a primeira comunidade reunida em torno dos ensinamentos dos Apóstolos. É a fé pela qual os mártires deram sua vida para testemunhar a verdade do Evangelho que os transformara. É a fé pela qual homens e mulheres consagraram sua vida a Cristo. É a fé pela qual homens e mulheres de todas as idades confessaram a beleza de seguir o Senhor Jesus nos lugares onde eram chamados a testemunhar seu ser cristão. É a fé pela qual vivemos nós hoje, fé que nos faz reconhecer Jesus vivo e presente na nossa vida e história. Que o Ano da Fé seja um vigoroso tempo de encontro com o Senhor e de ardoroso empenho no testemunho e anúncio do seu Reino.

*Texto elaborado segundo a CARTA APOSTÓLICA SOB FORMA DE MOTU PRÓPRIO PORTA FIDEI DO SUMO PONTÍFICE BENTO XVI COM A QUAL SE PROCLAMA O ANO DA FÉ

                                                                   Autor: Eduardo Moreira Guimarães
                                                                        edumguimaraes.blogspot.com

domingo, 13 de novembro de 2011

Vida e Silêncio

Sigam-nos: https://www.facebook.com/Nuforhpan-728995427279837/
         Percebe-se hoje o quanto nosso mundo é barulhento. Atualmente temos poucas oportunidades de ter um momento de silêncio em nosso cotidiano, pois estamos cercados de zunzunzuns, ruídos e barulhos que nos impede de pensar e refletir. Eis um grande problema, as pessoas ultimamente, dificilmente param para pensar e refletir sobre suas vidas, seus relacionamentos, seu futuro, etc. Acho que se tirássemos uns quinze minutos do nosso dia, para refletimos sobre nossas vidas, nossos comportamentos, nossos relacionamentos, com certeza mudaríamos nosso modo de viver; relacionar-nos-íamos melhor com as pessoas, nosso comportamentos melhoraria e nosso modo de viver com certeza seria bem mais aprazível.
         Contudo, o problema em nossa sociedade não está apenas em saber silenciar, mas também em saber escutar o outro. Acredito que, enquanto não se aprende a escutar a si mesmo, dificilmente escutará, entenderá o que o outro fala. Assim acontece também, em nosso relacionamento com Deus. A pessoa só irá conhecer verdadeiramente a Deus se parar de falar, e escutá-lo. Søren Kierkegaard já dizia que “não se pode ouvir a palavra de Deus no mundo barulhento de hoje”.
         Creio que deveríamos seguir o exemplo dos monges que têm que aprender a conviver com o silêncio, “ouvir a voz do interior”. Essa é a dificuldade das pessoas hoje, ouvir a voz do interior. Acredito que com o silêncio cada pessoa pode conhecer o fundo oculto da realidade O problema está em entrar no mundo do silêncio, são poucas as que conseguem fazer uma viagem em seu interior. Com o silêncio aprende-se a reparar as coisas mais simples, valoriza-se o que é belo, ouvi-se o que faz algum sentido. Aprendam com o silêncio, pense sobre isso.

                                                     Autor: Francisco Uchôa

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A FELICIDADE E AS ESCOLHAS: As diferentes posições sobre a felicidade e como ser feliz em meio às escolhas?

Sigam-nos: https://www.facebook.com/Nuforhpan-728995427279837/
Em nosso cotidiano, ouvimos falar constantemente sobre o tema da felicidade. Muitas pessoas afirmam que desejam ser felizes, que querem alcançar a felicidade, ou que estão infelizes. Isso nos leva a refletir sobre as seguintes questões: a felicidade é um conceito objetivo ou subjetivo? Existe "a" felicidade ou cada um tem seu conceito sobre o que é ser feliz? Frente a estas dúvidas, a tendência é tentar negar a existência da felicidade. Perigosa tentação, pois às vezes é mais fácil negar a felicidade do que aceitar que ela existe e reconhecer que não a possuímos... Estamos frente a uma situação limite... pouco discutida e que quase não é refletida em nosso cotidiano corrido... Você já parou para pensar sobre o que é a felicidade? Você já se perguntou um dia por que todo mundo a deseja ou acredita na sua existência? Esta reflexão terá o objetivo de trabalhar estas questões.
Desde a Grécia Antiga os filósofos já se ocupavam sobre a questão da felicidade. Em especial, um grande filósofo chamado Aristóteles já postulava importantes considerações sobre esse tema. Segundo ele, todas as coisas que existem tendem para um fim. O homem, por sua vez, também existe para uma finalidade: “ser feliz”. Nesse sentido, Aristóteles constata que existe um grande consenso entre os homens: “todos querem ser felizes”; mas também há um grande descenso entre eles: “O que é a Felicidade?”. Como o próprio autor afirma em sua obra Ética a Nicômaco: “Todos estão de acordo e dizem ser o fim do homem a felicidade e identificam o bem viver e o bem agir com o ser feliz. Diferem, porém, quanto ao que seja a felicidade, o homem limitado não a concebe da mesma forma que o sábio”. Sendo assim, nem todos os homens compreendem a felicidade de maneira semelhante.
Para resolver esse dilema, Aristóteles afirma que o homem verdadeiramente feliz é aquele que age segundo sua própria natureza, isto é, que age racionalmente e visa ser virtuoso, visto que para esse filósofo grego, a essência do homem é sua razão, pois todos tendem ao saber. Mas qual é de fato a nossa natureza? Muitos dizem que somos seres essencialmente bons, outros dizem que somos naturalmente maus e egoístas. Mas podemos acreditar também que somos seres inacabados... incompletos... que ao invés de nascerem com uma essência pré-estabelecida, buscam construir esta suposta essência na própria existência, na vida real, no cotidiano. Assim sendo, podemos ser tanto anjos como demônios. Nossa natureza depende de nossas escolhas, e devido a isso, nossa felicidade também dependerá delas.
É o que afirma o filósofo francês Jean-Paul Sarte em sua obra “O Existencialismo é um Humanismo” : “Se verdadeiramente a existência precede a essência, o homem é responsável por aquilo que é. Assim, o primeiro esforço é o de pôr todo homem no domínio que ele é, de lhe atribuir a total responsabilidade da sua existência. E, quando dizemos que o homem é responsável por si próprio, não queremos dizer que o homem é responsável pela sua restrita individualidade, mas que é responsável por todos os homens”. Dessa maneira, eliminando uma natureza pré-definida que nos dirá o que é ser feliz, podemos analisar uma outra perspectiva sobre o tema, afirmando que a felicidade se encontra na forma como fazemos nossas escolhas, ou seja, encarando a vida da maneira como ela realmente se apresenta, vivendo-a intensamente com responsabilidade.
Ora, encarar a vida tal como ela se apresenta não é tarefa fácil. Somos seres jogados na existência e estamos condenados a fazer escolhas. Cada possibilidade de existência assumida significa a renúncia de outro modo de vida. Dessa maneira, podemos acertar ou errar, ganhar ou perder. Tudo depende de nossas escolhas. A angústia é a disposição emocional que nos acompanha neste drama da existência. Como então ser feliz em uma realidade tão dura como essa?
A felicidade não é uma disposição emocional. Ser feliz não é estar sempre alegre. O sofrimento e a angústia também fazem parte da vida e da própria felicidade. Se tudo na vida fosse só alegria, as pessoas não dariam real valor a felicidade... Às vezes, é preciso chorar para sabermos o quanto é bom sorrir... é preciso sentir saudades para saber o quanto gostamos de alguém... Às vezes, quando temos tudo, nada parece ter valor. A vida é constante movimento, ela é um antes, um durante e um depois. Por isso, devemos viver o momento, sem deixar de olhar para nosso passado e nos projetar para o futuro. Os momentos difíceis são parte integrante da vida e deles não podemos escapar. No entanto, estes momentos são necessários para que possamos valorizar os acontecimentos felizes e encontrarmos a felicidade. É partindo desse ponto de vista, que o filósofo Karl Jaspers ressalta: "Os problemas e conflitos podem ser a fonte de uma derrota, uma limitação para a nossa potencialidade, mas também podem dar lugar a uma maior compreensão da vida e o nascimento de uma unidade que se fortalece com o tempo."
Frente a estes pontos de vista, esse artigo chega a conclusão de que a felicidade não deve ser entendida como um objetivo ditado por uma essência pré-definida existente no homem, ou como um sentimento. A felicidade pode ser entendida como a própria vida sendo vivida de maneira intensa e responsável nas próprias escolhas do dia-a-dia, seja nas alegrias ou nos sofrimentos, buscando sempre tirar um aprendizado para aquilo que ocorre conosco. Como afirma Erich Fromm: “buscar a felicidade é como caçar borboletas: quanto mais você tenta, mais ela foge. No entanto, se você deixar a borboleta voar e se preocupar com outras coisas, ela pode até pousar em seus ombros”. Pense sobre isso.
                                                                                      Autor: Arnin Braga


sexta-feira, 28 de outubro de 2011

“Fé e Razão: um casamento que pode dar certo” (II)

Sigam-nos: https://www.facebook.com/Nuforhpan-728995427279837/
Aqui damos continuidade a uma segunda reflexão sobre este tema. Na primeira matéria contemplamos a fé e a razão como dois pólos que nos provocam constantemente na busca de uma resposta adequada.
A negação ou a acentuação de um dos pólos em detrimento de outro pode causar muito desequilíbrio. Por isso, aqueles que estão mais do lado da fé, necessitam abertura, deixar preconceitos de lado e acolher a fala e a contribuição das ciências. Por outro lado, aqueles que estão mais do lado das ciências necessitam fazer a mesma coisa e mostrar disponibilidade para acolher a mensagem da fé. Nós podemos lidar com estas questões a partir de um esquema rígido que se posiciona, por exemplo, assim: fideísmo, espiritualismo versus racionalismo, cientificismo. Como os “ismos” por natureza são reducionistas, tornam-se também perigosos e com que facilidade o ser humano cai nessa armadilha. Muitas vezes, o diferente é olhado com desconfiança e receio. O diferente costuma desinstalar, questionar e ameaçar. A formação dos preconceitos tem muito a ver com isso.
Porém, encontramos outras maneiras de lidar com esse debate entre fé e razão. João Paulo II na Carta Apostólica no XVI centenário da conversão de Santo Agostinho nos oferece uma síntese da perspectiva agostiniana sobre o tema que nós estamos refletindo:

“Antes de tudo, as relativas ao problema que mais o atormentava na juventude e sobre o qual ele voltou com a força do engenho e a paixão da alma, o respeitante às relações entre a razão e a fé: um problema de sempre, de hoje não menos que de ontem, de cuja solução depende a orientação do pensamento humano. Mas o problema difícil porque se trata de passar incólume entre um extremo e outro, entre o fideísmo que despreza a razão e o racionalismo que exclui a fé. O esforço intelectual e pastoral de Agostinho foi o de mostrar, sem sombra de dúvida, que ‘as duas forças que nos levam a conhecer’ devem cooperar entre si.
Ele escutou a fé, mas não exaltou menos a razão, dando a cada uma o seu primado, ou de tempo ou de importância. Disse a todos o crede ut intelligas, mas repetiu também o intellige ut credas. Escreveu uma obra, sempre atual sobre a utilidade da fé (...) mas afirma também que a fé nunca é sem razão, porque é a razão que demonstra ‘em quem se deve crer’. Portanto, ‘também a fé tem os seus olhos com os quais vê, de certo modo, que é verdadeiro aquilo que ainda não vê. ‘Ninguém crê, portanto, se antes não pensou que deve crer’ porque, ‘crer, não é mais do que pensar com assentimento ... tanto que ‘a fé que não seja pensada não é fé”.

A partir da contribuição agostiniana, percebemos que uma alternativa saudável neste debate nos convida a passar de um paradigma de fragmentação para um paradigma de integração. Um projeto de vida que negue e desconsidere os opostos, vivenciando apenas um único pólo, costuma gerar muita divisão, distorção, sofrimento e doença, mergulhando a pessoa num estado caótico e de morte. O problema, em definitiva, não está em si mesmo na fé e/ou na razão, mas na maneira como o ser humano lida com esses pólos e por extensão com as diferenças na sua vida. Isto me faz lembrar um texto que passei para os seminaristas sobre uma pedra e que desconheço o autor, mas deixo aqui reproduzido, pois me parece muito simples e ilustrador.
A Pedra

O distraído nela tropeçou;
O bruto a usou como um projétil;
O empreendedor, usando-a, construiu;
O camponês, cansado da lida, dela fez assento;
Para as crianças foi brinquedo;
Drummond a poetizou;
Com ela Davi matou Golias;
O artista fez dela a mais bela escultura...

Em todos os casos, a diferença não era a pedra, mas sim o homem. Nessa “Pedra” nós podemos ver a Fé e a Razão. O que eu faço com elas depende de mim. Assim, podemos concluir pensando como seria bonito usar a Fé a Razão para que nós, artistas do belo, possamos construir, criar, proporcionar estruturas, ambientes, espaços mais saudáveis e dignos para todos. Um desafio, que eu vejo também como tarefa, é possibilitar ao ser humano melhores condições de vida, evitando o cultivo de atitudes fanáticas e fundamentalistas e ao mesmo tempo contribuir com um paradigma de integração e harmonia, ampliando nossa consciência e criando comunhão. Bem-aventurado o ser humano que se ocupa com o cultivo da ciência e da fé, valendo-se delas em pró de um projeto de vida e de vida em abundância. A final de contas, podemos ver a fé e a razão como um casamento que pode dar certo.

                                                                                       Autor: José Lorenzo Gomes

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

“Fé e Razão: um casamento que pode dar certo” (I)

Sigam-nos: https://www.facebook.com/Nuforhpan-728995427279837/
A partir da releitura da encíclica de João Paulo II “Fides et Ratio” faço algumas reflexões que quero dividir. De acordo com o Papa “a fé e a razão constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade”.
No contexto do início deste novo milênio quando os avanços tecnológicos ficam mais evidentes, os questionamentos da pós-modernidade mais explícitos, a convivência social e cultural mais aberta e plural e o ser humano mais exigente nas respostas, retorna ao palco público um debate, antigo e atual, da relação entre a fé e a razão.
Inicialmente me veio à memória a imagem do matrimônio e o relacionamento entre a mulher e o homem, entre o feminino e o masculino. Olhando para os dois pólos da relação matrimonial percebemos que não é nada fácil ter uma relação construtiva e saudável. É um fato comum que a relação entre o homem e mulher muitas vezes é destrutiva e patológica. Porém as pessoas não perdem a esperança de encontrar uma relação saudável e gratificante e todos os dias em algum lugar deste planeta um homem e uma mulher estão se comprometendo a viver juntos, nas alegrias e nas tristezas, no amor e no respeito com a expectativa e a esperança que esse casamento, essa relação possa dar certo. E claro também encontramos matrimônios onde a relação é saudável e que deu certo. Porém isso não acontece de maneira mágica e para que essa relação se aproxime do ideal precisa de ajuste e da contribuição adequada de ambas as partes, assim como os cuidados necessários que uma relação desse tipo demanda.
Algo parecido acontece e tem acontecido no “casamento” entre a fé e a razão. Olhando a partir de uma perspectiva histórica, percebemos nesse relacionamento atitudes negativas de traição, adultério, infidelidade, desconfiança, desrespeito, abuso de poder, desencontros, invasão do campo alheio, desvalorização e humilhação etc. que comprometem o equilíbrio de qualquer relação. Porém o ser humano, o verdadeiro pensador e o verdadeiro crente, alimenta a esperança de que um dia fé e razão possam viver juntas, no respeito e no amor, tornando esse casamento uma convivência fecunda, próspera e saudável.
Razão ou Fé, Ciência ou Religião, Homem ou Mulher, Psicologia ou Espiritualidade, Filosofia ou Teologia, etc. Essa maneira de apresentar a polaridade não ajuda muito na compreensão e na convivência. Podemos trocar e talvez seja mais edificante colando a proposição conjuntiva “e”. Razão e Fé, Ciência e Religião, Homem e Mulher, Psicologia e Espiritualidade, Filosofia e Teologia. Jesus, nosso modelo de conjunção e de vida nos deixou um paradigma de integração, mostrando que até os pólos mais diferentes podem estar juntos, como o humano e o divino. Jesus, humano e divino.
As diferenças, por princípio, não deveriam tornar-se um obstáculo para uma convivência pacífica. Por isso, o paradigma que se fundamenta na proposição disjuntivaou” nem sempre é o mais adequado na relação entre as diferenças. Talvez a escolha mais acertada, neste caso, seja o uso da proposição conjuntivae”. Também quando o tema dessa relação é refletido a partir do grau de importância e de poder, costuma cria um obstáculo sério, gerando afastamento e exclusão. Porém, quando há boa vontade das duas partes, colocando-se numa perspectiva de respeito, de abertura, da valorização do outro, da igualdade e das diferenças, costuma gerar aproximação, criando condições para que o relacionamento se torne autêntico e construtivo. Quando a relação é harmoniosa não significa que há ausência de tensões e questionamentos recíprocos. Porém, cair na tentação de querer abolir, sufocar um dos dois pólos é semear o caos. Uma alternativa da possibilidade de superação da relação caótica está na escuta do apelo da nossa consciência que clama por um relacionamento cósmico e harmônico. Nesta tarefa venho me empenhando, pois acredito que integrando as diferenças podemos oferecer para a sociedade uma esperança de viver juntos numa convivência fraterna.

                                                                                      Autor: José Lorenzo Gómez

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

As perdas e o sentimento de inutilidade na velhice

Sigam-nos: https://www.facebook.com/Nuforhpan-728995427279837/

O desenvolvimento humano é algo muito presente na vida de todas as pessoas, sabemos que este é um processo ao qual iremos passar ao menos que a morte cancele este processo, mas de todos os desenvolvimentos o que mais vem preocupando é o sentimento de velhice, a sociedade simplesmente descartou esta etapa, tratando-a com desprezo e também com uma certa forma descartável. “O novo tem espaço na sociedade, e o velho não?” é a pergunta que fazemos.
Este nosso estudo busca entender os aspectos psicológicos da terceira idade que vai dos 60 anos até a morte, temos que ter em mente que enquanto houver vida há o desenvolvimento, ele é um processo frequente na vida de todos nós, embora esta idade é marcado por perdas e também um sentimento de desprezo, ao qual nós iremos nos focar.
Os autores Oliveira, Rego e Aquino entendem o desenvolvimento humano não como um processo linear em direção ao ápice, mas sim como um processo que inclui simultaneamente avanços e retrocessos, ganhos e perdas, descontinuidades e rupturas. Dentro desta perspectiva, a velhice não é sinônimo de decadência, mas sim uma etapa em que, como as anteriores, é possível lidar com as dificuldades,  aprender,  ter crescimento pessoal  e  preservar o caráter dinâmico da subjetividade, até o final da vida.
A questão psicossocial é a mais complexa, pois, a sociedade tende a deixar de lado aquilo que perde certa utilidade, nessa idade o idoso esta mais tendencioso ao ócio, os movimentos já não correspondem mais como antes e por isso a sociedade faz o processo de descarte dessas pessoas.
A velhice é a fase do desenvolvimento marcada por uma serie de perdas, mortes seja elas concretas ou simbólicas estas perdas são significativas, o que precisamos compreender é que estas perdas gera além da dor o aprendizado e também o crescimento pessoal. A experiência adquirida por essas pessoas ao longo da vida, teria ao menos que exercer um papel significativo em nossa sociedade, pois só existe o novo porque existiu e existe um velho.
As perdas ao qual entendemos não são apenas a morte, ou a chegada desta na vida destas pessoas, as alterações no corpo tornam essas pessoas mais sensíveis e muito mais vulneráveis, outros fatores que contribuem para as perdas é as questões fisiológicas e funcionais, o organismo não é mais o mesmo, por isso pode ocorrer na mente do idoso certo complexo que tem que ser trabalhado de forma que este idoso aceite este processo como um forma também natural, ganha-se muito mas também perde-se muito. Outro fator preponderante para isso é a questão financeira, a instabilidade ocorrido pela aposentadoria, torna o idoso dependente de outras pessoas, o salario mal da pra pagar os remédios causando também frustrações no indivíduo.
Dentre todas estas o isolamento social é o pior, analisando as pessoas que conhecem, quantas pessoas vocês já viram trabalhando em uma empresa publica ou privada após os sessenta anos de idade? É raro. Até mesmo pelas perdas que tratamos acima, muito embora isto represente um descaso ou até mesmo um preconceito gerado pela nossa sociedade. O idoso perde o seu papel na sociedade, é encarado e visto como um peso e não mais como uma possibilidade de conhecimentos e experiências que ele tem a passar aos mais jovens.
Depois da morte, outra certeza que temos é a velhice, pensamos nas possibilidades de ser descartados? De não sermos vistos? Ou até mesmo ouvidos? Não acredito que a sociedade precise de conscientização, mas sim de encarar a realidade, as mesmas perdas que eles estão tendo também teremos futuramente.


                                   Autor: Douglas Fernando Blanco

sábado, 22 de outubro de 2011

Solidão: algo bom ou ruim?

Sigam-nos: https://www.facebook.com/Nuforhpan-728995427279837/
          Um aspecto que a maioria das pessoas sente receio de enfrentá-la, pois a solidão que é um “encontro consigo mesmo” segundo Ansel Grun (monge beneditino) deixam as pessoas perplexas diante desse estádio de silêncio de encontro com seu eu. Entrar em seu interior muitas das vezes torna-se desagradável para as pessoas, pois ela estará sujeita a descobrir determinados fatos, lembranças, medos, fraquezas, defeitos, questões essas que as pessoas sucumbem em recordá-las. E convenhamos, quem gosta de recordar maleficências. ren Kierkegaard enuncia que o indivíduo, na sua angústia de não ser culpado, mas de passar por sê-lo, torna-se culpado. O ser humano de hoje não quer mais arriscar viver essa experiência. Porém, a solidão deve ser tratada de forma positiva, pois ela é uma categoria integrante na existência do ser humano, não tem como escapar dela, uma hora ou outra teremos, assim como a morte, que enfrentá-la. Então se não aprendermos a lidar com a nossa solidão nossa existência será sofrida.
         Contudo, a solidão tem seu lado bom, principalmente para quem quer viver uma espiritualidade mais profunda como Kierkegaard falava, que a solidão é um meio para se aprofundar na fé. Ansel Grun nos fala que a solidão é tanto um encontrar-se consigo mesmo quanto um encontrar com Deus, porém a primazia é primeiramente encontrar-se consigo. No texto “o elogio da solidão” do autor Fábio Hernandes ele vem falar da solidão como um caminho para a sabedoria, e concordo com ele, pois a medida que nos isolamos nos estudos o aprendizado melhora, porque o silêncio é necessário na hora de estudar de fazer uma leitura e escrever algo. Dessa forma, o isolamento, em determinados momentos, traz muitos benefícios à pessoa que o busca.
         Portanto a solidão pode apresentar dois lados, mas isso vai depender de cada pessoa. Algumas entram no mundo do silêncio e conseguem permanecerem, outras experimentam, mas tem receio em retornar a ele. Mas e você como se “comporta com a sua solidão” você a despreza com medo ou abraça? Pense sobre isso.

                                                                 Autor: Francisco Uchoa

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A PERCEÇÃO: de que forma percebemos os outros e o mundo?

Sigam-nos: https://www.facebook.com/Nuforhpan-728995427279837/
 Pretendo iniciar, partindo desse texto, várias reflexões no que diz respeito ao estudo das percepções.
Refletir sobre a percepção é muito importante para entendermos, de certa forma, nossos comportamentos, pois a maioria dos nossos comportamentos são baseados nas interpretações que fazemos da realidade e não da realidade tal como ela é, ou seja, um fato ocorrido pode ter inúmeras interpretações das mais variadas pessoas, e às vezes essas interpretações são falsas. Por esse motivo, a percepção que temos do mundo varia de pessoa para pessoa, cada um percebe uma situação ou objeto de acordo com aquilo que lhe chamou mais atenção. Assim, podemos dizer que somos influenciados na interpretação, principalmente, pela situação emotiva que nos encontrarmos, pela pressão de determinado grupo, pelas diferenças culturais, etc., as percepções são normais se de fato corresponder àquilo que o observador vê, ouve e sente.
A percepção ocorre instantaneamente, ou seja, quando você entra em contato com determinada situação a percepção ocorre, por esse motivo devemos refletir quando elas acontecem para sabermos se realmente correspondem à realidade. Somos pessoas que vivem em sociedade; no convívio social uma percepção errônea dos fatos, da realidade pode nos levar a tomar uma decisão negativa na vida. Assim, devemos nos perguntar: como eu lido com a realidade? Porque muitas das vezes tenho distorções perceptivas? Uma pessoa que não sabe lidar com seus conflitos internos,a partir, das necessidades subconscientes irá se “proteger” de determinada situação. Não é que tal pessoa faça isso por que quer, às vezes ela não percebe que está distorcendo a realidade a seu favor. Por exemplo, se um individuo tiver um conflito com uma pessoa de autoridade, começará a ter uma visão distorcida de todas as pessoas que tem algum tipo de autoridade; de forma a achar tais pessoas perigosas, e conseqüentemente formará juízos (pensamentos) negativos acerca dessas pessoas; mesmo que tais pessoas se comportem corretamente.
As pessoas que têm percepções distorcidas não percebem que fazem isso, na verdade pra não dizer todos, a maioria de nós distorce a realidade sem saber. Por esse motivo nós devemos refletir cuidadosamente sobre as informações e sentimentos que chegam a nós, pois muitas das vezes nos orientamos por essas informações e sentimentos, embora nem sempre eles sejam verdadeiros.
Portanto, meus caros, convido-os a pensar sobre isso¸ pois devemos entrar em contato com tudo aquilo que não nos ajuda a crescer como pessoa. E quando refletimos de forma madura sobre as coisas que não gostamos em nós mesmo, o crescimento começa a acontecer. Mas muitas pessoas fogem de si, devido que não é fácil reconhecer nossa fragilidade, nossa infantilidade, nossos erros, etc., a pergunta é: porque fugimos e não aceitamos as coisas que são desagradáveis em nós? Por que tais coisas nos causam sofrimento quando entramos em contato com elas, contudo, devemos ter em mente que tanto as coisas desagradáveis como as coisas agradáveis estão em nosso caminho existencial. Além do mais, “sem sofrimento não há crescimento”. Ou seja, se é sofrido entrar em contato com as coisas que são desagradáveis em nós, esse sofrimento não será a toa, pois se refletirmos bem cresceremos muito como pessoa.
A respeito desse assunto vocês podem ler os trabalhos de Amedeo Cencini e Alessando Manenti que a meu ver são bons pesquisadores nessa área.
Meus caros leitores o próximo texto que eu vou escrever será sobre a percepção distorcida, apesar eu ter comentado sobre ela neste texto. Por fim gostaria de agradecer a todos por lerem nossos textos e gostaria de pedir que fiquem a vontade para fazerem críticas e sugestões para melhorarmos cada vez mais o blog. Obrigado! E boa leitura!                                                                         
                                                                                              Autor: Anderson Sales

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A verdadeira Amizade!

Sigam-nos: https://www.facebook.com/Nuforhpan-728995427279837/
A amizade segundo Aristóteles é essencial à vida humana; ninguém escolhe viver sem amigos. Até aquelas pessoas que nada lhes faltam, não vivem sem amigos, pois a amizade é uma virtude indispensável à felicidade.
A verdadeira amizade exige convívio e mútua confiança e isso se constrói ao longo do tempo. A verdadeira amizade é aquela que existe entre os homens bons cujo alicerce é a virtude. A amizade existe entre os indivíduos semelhantes, por isso é raro uma amizade verdadeira, pois existem poucos homens assim. A amizade e a justiça possuem os mesmos fins, sendo que a primeira é superior.
Para alguns homens, diz Aristóteles, a amizade tem em vista o prazer ou o bem. O desejo de amizade nasce rápido, mas a amizade não, ela demora muito tempo para se concretizar, já que exige convivência. Aristóteles apresenta três tipos de amizades segundo a idade dos indivíduos.
A amizade assume funções diferentes. Para os jovens, ela ajuda a evitar o erro, já para os mais velhos ela serve de amparo para suas necessidades que aparecem com o passar do tempo, pois dois amigos agem e pensam melhor. A amizade baseada na utilidade é aquela que visa extrair proveito do outro, visa o interesse unilateral, ama o outro somente enquanto está sendo beneficiado. A amizade baseada no prazer é aquela que existe entre os amantes, mas essa também não é durável, pois assim que acaba o prazer tal amizade se desfaz também.
A amizade baseada no caráter, que no entender de Aristóteles é a verdadeira amizade. Nela o simples fato da presença do amigo é motivo de grande satisfação. Essa amizade só existe entre os homens bons, pois estes podem ser amigos por si mesmos, já que possuem as mesmas virtudes.
Quando a amizade visa apenas a utilidade ou o prazer qualquer um pode ser amigo, até o bom pode ser amigo do mau, sendo que o homem mau não se deleita com o convívio do outro, a menos que isso lhe proporcione alguma vantagem. Porém os homens bons são os verdadeiros amigos e os maus são por acidentes ou por alguma semelhança com os bons.
A amizade implica igualdade, ela é proporcional à justiça. Em toda amizade é a proporção que iguala as partes e preserva a amizade. Porém existe uma espécie de amizade que envolve desigualdade como é o caso do pai com o filho, do marido com a mulher e do jovem com o velho, tal amizade existe entre aqueles que mandam e os que obedecem. A amizade de pai e filho é mais útil do que a amizade entre estranhos, pois estes convivem mais entre si.
Existe ainda a amizade que nasce por meio da benevolência. A benevolência é uma relação amigável, mas não se identifica com a amizade verdadeira, pois a verdadeira amizade exige intimidade e na benevolência não encontramos necessariamente essa característica. Enquanto a amizade envolve a intimidade, a benevolência pode simplesmente ocorre, como acontece com os adversários em uma competição. Assim, a amizade que pode surgir por meio da benevolência é amizade verdadeira, visto que não está baseada na utilidade ou no prazer.
Conclui-se então, que a amizade é essencial na vida do homem e que existem diversos tipos de amizades. No entanto, cabe ao homem destinguir a amizade verdadeira da falsa. A amizade verdadeira acontece entre semelhantes, pois possuem as mesmas virtudes; assim a amizade dura enquanto são bons e a bondade é muito durável. Do contrário, a amizade é vista como uma condição para atingir interesses próprios e este tipo de amizade está fadada ao fracasso. Pense sobre isso.

                                                                                           Autor: Adenilton Cunha

domingo, 16 de outubro de 2011

Querer é sofrer !

Sigam-nos: https://www.facebook.com/Nuforhpan-728995427279837/
Porque quando queremos algo ou alguma coisa sofremos pela ansiedade até conseguir a coisa desejada?
Hoje em dia, percebemos nos estudantes, principalmente aqueles que vão prestar vestibular na universidade pública, que vivem preocupados, ansiosos, nervosos, aflitos, etc. para conseguirem o tão esperado sonho de serem aprovados e conseguirem o curso desejado para a realização pessoal e profissional. Tal desejo que é “vontade”, nos leva a levantar cedo de nossas camas e ir pra escola ou trabalhar com a pretensão de conseguir num futuro próximo nossas realizações pessoais.
Nesse sentido, podemos dizer, que querer é sofrer, pois segundo um filósofo chamado Schopenhauer, á vontade é a essência do nosso ser (nasce em nós), a consciência e o sentimento do nosso corpo como vontade de nos levar a conhecer que toda as coisas que existe em nossa volta é uma força natural, que se manifesta nos seres humanos.
Mas a onde estar à dor e sofrimento nessa vontade? Percebemos que a essência dos seres humanos é a vontade insaciável. A vontade é o conflito entre o “querer e o ter”, ou seja, a dor de sofrer.  Nós seres humanos, nunca estamos satifeitos com nossas coisas e nossa vida, sempre queremos algo de novo, algum objeto, uma meta, algum desejo, etc., ou seja, somos seres insaciáveis.
Para o filósofo a vida é necessidade e dor. Se a necessidade é satisfeita, então mergulhamos em novas necessidades e no tédio. Por exemplo, em nosso cotidiano ter o objeto chamado “celular” é praticamente fundamental, mas, a partir que tenho a “vontade” de ter esse aparelho na melhor de sua fazer, que é a ultima geração, ai eu sofro até tê-lo em minhas mãos. Quando usufrui desse aparelho e depois de passar por algum tempo, ele me trás o “tédio”, pois nada mais me atrai em tal aparelho, ou seja, já utilizei todas as suas funções . Logo em seguida, ao passear pelo shopping vejo pela vitrine da loja um parelho celular com novas tecnologias, na qual, só em ter a notícia de suas novas tecnologias, que logo me trás o sentimento de “vontade” de tê-lo, e ai eu sofro até que eu tenha em minhas mãos, assim, a mesma historia vivem se repetindo.
O exemplo serve para demonstrar, que isso na maioria das vezes levamos para a nossa vida pessoal como seres insaciáveis, que no vestibular, no trabalho, na escola, na faculdade, etc. sempre queremos buscar novas metas, novos sonhos, e que a força que nos impulsiona é justamente essa vontade de buscar aquilo que queremos. Mas também devemo-nos pergunta: será que vou viver constantemente no sofrimento e no tédio por causa dessa vontade? O filófoso tem uma reposta para se libertar desse tédio e sofrimento? Segundo Schopenhauer a “escapatória” dessa dor e tédio seria que ele chama de: “experiência estética” que nada mais é do que a contemplação da “arte”. Na verdade queria perguntar pra vocês leitores: vocês nunca se pegaram a contemplar um pôr-do-sol, uma noite estrelada, ou alguma imagem ou paisagem que vocês ficaram admirados e cheios de sentindo de paz, uma harmonia interior, ou simplesmente se deixaram encantado pelo acontecimento? Para Schopenhauer, isso seria uma experiência estética, naquilo vocês não têm a dor e o tédio, mas sim, o somente contemplar a liberdade.
 Boa sorte com suas “vontades” e não sofram muito, ok!
       

                                                                       Autor: Leonardo Dos Reis

O VAZIO EXISTENCIAL E A BUSCA DE SENTIDO: Como evitar o primeiro e encontrar o segundo?

O cotidiano é o lugar onde a vida realmente acontece. Nele vivemos nosso dia-a-dia, nos relacionamos, realizamos nossas atividades e exi...